Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense recebe homenagem da Câmara Municipal de Paracatu

 Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense recebe homenagem da Câmara Municipal de Paracatu

“A música é a arte de manifestar os diversos afetos de nossa alma mediante o som”

A Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense recebeu nesta noite de 26 de outubro a honraria de Concessão Moção de Regozijo em virtude das comemorações dos seus 62 anos de fundação, de autoria da Vereadora Tenente Cristina.

 

Reunião presidida pela Presidente à vereadora Claudirene Rodrigues

O evento contou com a presença do Prefeito Igor Santos, Presidente da Câmara Vereadora Claudirene Rodrigues, da Vereadora Tenente Cristina, autora da honraria, Presidente da Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense, o senhor Ésio Mendes do Nascimento, vereadores, familiares e amigos.

A trajetória da Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense

     Difundida na Europa, a banda de música parece ter suas origens na França. No Brasil, embora haja a confirmação da existência de bandas militares na segunda metade do século XVIII em Pernambuco, elas vieram a ser mais populares a partir da chegada de D. João VI com sua corte ao Rio de Janeiro, em 1808. O rei trouxe consigo uma banda de música portuguesa e durante a estada da família real no Rio de Janeiro foram realizados vários concertos pelas bandas existentes na época.

As bandas civis, que herdaram a disciplina e a organização das bandas militares, foram criadas por todo o Brasil. Havia bandas de músicas, tanto nas cidades, quanto em vilas, povoados e até em sítios e fazendas. As cidades do interior organizavam suas bandas civis, que passavam a ser um veículo de entretenimento coletivo, participando de movimentos políticos, acontecimentos religiosos, cívicos e sociais.

Em Paracatu, as primeiras aulas de música do senhor José de Araújo começaram na Escola Normal, hoje Casa de Cultura. O maestro saía de sua casa, com seu lampião na mão e satisfação dentro do peito, passando pelo Beco dos Mal Casados em direção à Escola Normal. Depois os integrantes da banda passaram a ensaiar na própria residência do “sio” José, que com boa disposição e muita disciplina procurava não deixar faltar nada. Dona Dirce, sua esposa, cuidava do lanche para oferecer aos músicos após os ensaios. Ninguém se esquece de sua famosa farofa.

No dia 01 de junho de 1961, na residência do Sr. José Gonçalves de Araújo, situada na Avenida Deputado Quintino Vargas nº. 212, foi decidido, oficialmente, dar início às primeiras aulas de música para organização de uma banda de música.

O senhor Curtis Bijos, em entrevista realizada, mencionou que o sonho do maestro era criar uma banda mirim, mas as pessoas que o procuravam eram, em sua maioria, adultos. Acrescentou que o maestro exigia muita disciplina durante os ensaios, mas que era um amigo acima de tudo. Com emoção, relatou que, após uma apresentação, atendeu a um pedido seu, tocando duas músicas na porta da casa dos pais de sua namorada na adolescência. Essa atitude demonstra que estava ciente de que para ensinar há que se agregar amor ao que faz e para quem faz.

Decidiram em assembleia, no dia 08 de outubro de 1961, na residência do senhor José de Araújo, constituir uma Sociedade Musical para ministrar os ensinamentos musicais aos jovens paracatuenses e manter uma banda de música. Com exceção do diretor artístico, que receberia uma ajuda de custo de oito mil cruzeiros, os elementos da diretoria não teriam nenhuma remuneração monetária.

Os primeiros integrantes da Banda Lyra, na data de sua criação, foram: José Gonçalves de Araújo, Joaquim André Sobrinho, José Batista de Oliveira, Júlio Xavier da Silva, Jurandir Cunha Chaves, José Batista Rodrigues, José Maria André, José Odilon de Melo Peres, José Pereira Mundim, João da Abadia Alves, João Gualberto Monteiro Santos, Osvaldo Lopes, Benedito Batista Gomes, Mauricio Meireles, Francisco Ferreira Braga, Sinfrônio André, Tomas Correia dos Santos, Curtis Rodrigues Bijos, Sônia Benedita Araújo e Maria Lucia Araújo.

A Banda Lyra Paracatuense foi criada com o objetivo de ministrar aulas para o ensino gratuito de música, através de instrumentos de sopro e percussão, socializando a criança, o jovem e o adulto através da cultura musical; atender as autoridades nas programações das artes musicais; participar das atividades culturais, recreativas, populares e religiosas do Município.

A banda teria renda através de donativos, anuidades pagas pelos sócios beneméritos e contribuintes, subvenções governamentais, festividades e serviços.

Após eleição entre os presentes, foi composta a primeira Diretoria da Sociedade: Presidente, Ruy Jordão de Carvalho; Vice-Presidente, Joaquim André Sobrinho; 1º Secretário, Luiza Rocha; 2º Secretário, Guilhermina Mundim; 1º Tesoureiro, Recemvindo Gonçalves de Carvalho; 2º Tesoureiro, José Arthur Mundim; Procurador, Jurandir Cunha Chaves e Diretor Artístico, José Gonçalves de Araújo.

A preocupação com uma sede própria era uma constante nas reuniões da Diretoria. Enquanto isso não acontecia, os ensaios ocorriam na residência do maestro, que recebia uma ajuda de custo de dois mil cruzeiros mensais pelo cômodo ocupado para os ensaios.

A Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense, foi inaugurada no dia 28 de outubro de 1962, dia do natalício do diretor artístico da Sociedade, o senhor José de Araújo.

No dia da inauguração, a banda saiu da sua casa em formação militar, com os músicos de uniformes limpos, engomados, sapatos engraxados, quepes na cabeça, em direção ao coreto da Praça Getúlio Vargas desfilando pelas ruas ao som de dobrados até a Praça Juscelino Kubistchek, executando o melhor do seu repertório.

Os músicos componentes e presentes na data da inauguração foram: Aladim Teixeira Borges, Antônio Neto Siqueira, Antônio Teixeira Mascarenhas, Curtis Rodrigues Bijos, Floriano Damasceno Oliveira, Francisco Ferreira Braga, Gessy Carvalho, Isaias José Andrade, Joaquim André Sobrinho, João Abadia Alves, José Gonçalves de Araújo, José de Sousa Dias, José Batista Rodrigues, José Pereira Mundim, José Gonçalves de Carvalho, José Odilon Melo Peres, Júlio Xavier da Silva, Jurandir Cunha Chaves, Mauricio Meireles, Osmar Natividade Reis, Pedro Alves Santana, Tomas Correia dos Santos, Waldemar das Virgens Ferreira e as senhoritas Maria Lucia Araújo, Rita de Cássia Araújo e Sônia Benedita Araújo.

Após a apresentação, homenagearam o senhor Matias de Sousa Mundim e o professor Josino Rodrigues, grandes músicos já falecidos e ex-dirigentes de duas bandas famosas da cidade, Euterpe e Fraternidade. Não faltou uma grande recepção para os músicos e autoridades presentes.

“A banda não pode morrer, está sendo reclamada pelo Público.” Este era o apelo do maestro para que os músicos não faltassem aos ensaios. Devido à impossibilidade de frequentar as reuniões o Procurador da Sociedade foi substituído pelo senhor Diogo Alberto Rocha.

Foi solicitado que o senhor Ruy Jordão requeresse ao Presidente da República, por intermédio do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, o reconhecimento de utilidade pública da Lyra Paracatuense. Mais uma vez o Presidente se empenou para exercer o seu papel com maestria, como era intrínseco a todos os seus membros.

Neste mesmo ano novos membros ingressaram: Jacks Gonçalves, Pauliram Resende, João Luiz França, José Conceição Martins dos Santos, João Benedito Almeida, Gerson Paulo Gonçalves Torres e Raul Salustiano Pereira.

A Banda Lyra abrilhantou como sempre, os festejos de inauguração da sede social do Aero Clube de Paracatu, em 1967. Sua presença era imprescindível nesses momentos. A tocata foi um êxito.

No dia vinte de fevereiro de 1967 o senhor Ruy Jordão fez, publicamente, o seu pedido de exoneração, sendo empossado o senhor Joaquim André Sobrinho, “sio” Zote. Foi uma lástima esse homem tão empenhado no sucesso da Sociedade ter saído, mas não deixou de acompanhá-la ainda que distante.

Na gestão do Presidente Costa e Silva, no dia 13 de novembro de 1967, através do Decreto nº. 61.704, a Lyra Paracatuense foi declarada de utilidade pública, para orgulho e satisfação de seus componentes.

Para tristeza de todos os membros da Lyra Paracatuense, o senhor José de Araújo, após 11 anos de dedicação e incansável dinamismo, solicita sua exoneração. Faltou apoio humano e monetário, mas quem acabou perdendo foi a Corporação, essas foram às palavras do senhor “Zote” no momento de dar a notícia aos demais.

Mil novecentos e oitenta e sete, jubileu de prata da Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense.  Uma santa missa foi celebrada pelo Bispo Dom Leonardo de Miranda Pereira na Igreja do Rosário pelo aniversário da banda, pelo natalício do senhor José Araújo e pelas almas dos queridos ex-companheiros e amigos, Júlio Xavier da Silva, Antônio Teixeira Machado, José Maria Fonte Boa, Antônio Neto Siqueira e José Gonçalves de Carvalho. Estiveram presentes o senhor José de Araújo e familiares, o prefeito Diogo Soares Rodrigues, que em sua gestão colaborou para que a Lyra não perdesse seu brilho e o senhor Ruy Jordão, primeiro presidente da Corporação.

A Rádio Jurity de Paracatu, nas palavras dos senhores José Fernandes, Silvano Alves Avelar e Geraldo Capacete, prestaram homenagens à Banda lendo belas mensagens e tocando lindos dobrados.

Foi um dia cheio de muitas emoções. A Banda foi recebida na sede social do Jockey Clube pela co-irmã Sociedade Corporação Euterpe, sob a presidência do senhor Júlio Pereira de Castro Filho, sendo regida pelo maestro “Zezinho”, José de Castro Sobrinho.

Não podemos deixar de mencionar o dinamismo e amizade da senhora Ivone André com a Corporação. Não mediu esforços para que a comemoração se tornasse um momento caloroso e inesquecível. Bem peculiar ao seu perfil!

Em Paracatu, a Lyra, foi reconhecida como entidade de utilidade pública, através da lei nº. 1.725/1991, sancionada e promulgada pela Câmara Municipal, na gestão do Prefeito Antônio Arquimedes Borges de Oliveira.

Cumprindo 35 anos de existência, brilhantismo e perseverança, o ano de 1997 foi bastante produtivo. Fizeram treze apresentações, deixaram seus afazeres para comparecerem aos 68 ensaios e 133 aulas aos novos alunos. Sinônimo de luta e dedicação, mesmo sem a ajuda do Governo, foi um trabalho coroado de glórias. Uma nova diretoria foi eleita. O senhor Joaquim André Sobrinho continuou na presidência; o Vice Presidente eleito foi o senhor Pedro Alves Santana (Pedro Cheiro), 1º Secretário, João Luiz de França; 2º Secretário, Antônio Alberto Avelar; 1º Tesoureiro, Antônio Benedito de Castro; 2º Tesoureiro, Benedito Martins Pereira; Procurador, José Antônio de Oliveira Melo e Diretor Artístico, José Redelvim Cruz.

Em assembleia realizada no dia 15 de julho de 1998, um novo estatuto foi aprovado por unanimidade, sendo este sugerido pela Secretaria de Estado da Cultura do Estado de Minas Gerais.

Com todas as honras que lhe cabe, o senhor “Zote”, por recomendações médicas, deixa a banda Lyra, mas leva consigo o reconhecimento de todos pelo seu árduo trabalho. Sempre serviu à Banda Lyra com carinho, desde a sua criação esteve presente como um soldado frente ao campo de batalha, nunca largou suas armas, seus instrumentos musicais que ecoavam hinos de amor pelo que fazia. Como bem se lembra sua esposa, Ivone André, até camisas sobressalentes ele levava nos dias de apresentação para emprestar àqueles que não as possuísse. Até que um dia ele mesmo não tinha uma só para vestir e sua solícita esposa “corria” para comprar uma em uma loja em frente sua residência para socorrê-lo.

Finalmente, nesse mesmo ano, o presidente da Corporação recebeu onze instrumentos da Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte. A Corporação contava com a brilhante participação e colaboração do Maestro “Zezinho” para sua caminhada.

Sob as bênçãos de Santa Cecília, padroeira dos músicos, a Lyra Paracatuense continua a emocionar a população, acompanhando as procissões, cavalgadas e comemorações. Celebrando a vida e a morte, sempre estiveram presentes na vida dos paracatuenses e, certamente, nas recordações dos visitantes.

A sociedade paracatuense é muito grata aos que já partiram, não nos esquecendo dos senhores José Gonçalves de Araújo e Joaquim André Sobrinho, que agora compõem a divina orquestra, juntamente com outros músicos, regida pelo Pai Celestial.

Agradecer àqueles que contribuíram para os sessenta e dois anos da Lyra Paracatuense seria pouco, pois a vida sem música seria muito desafinada.

Homenagens

Entrega da Concessão de Moção de Regozijo para a Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense pela Presidente a vereadora Claudirene e pela vereadora Tenente Cristina.

 

Vídeo em homenagem a Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense.

Apresentação musical: Grupo Seresteiros Lyra Paracatuense

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Prefeito de Paracatu, o senhor Igor Pereira dos Santos presta sua homenagem.

Vereadores, autoridades e componentes da Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense prestam homenagens.

 

Presidente da Câmara Municipal, vereadora Claudirene Rodrigues deixa suas palavras a Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense.

Vereadora Tenente Cristina a autora da  Moção deixa suas palavras a Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense

Presidente da Sociedade Corporação Musical Lyra Paracatuense – Banda Lyra Paracatuense, o senhor Ésio Mendes do Nascimento faz os agradecimentos.

 

Momentos da Banda

A música é universal, capaz de conectar pessoas, culturas e sociedades completamente diferentes.

fotos do evento:

Prática cultural e humana, música é arte. E além de entreter, ela permite que se conheça outros costumes através de suas diferentes manifestações culturais. Seja representando um povo, uma época ou um acontecimento histórico.

A música é o tipo de arte mais perfeita: ela nunca revela o seu último segredo. Oscar Wilde

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O Lábaro

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