Show de Almir Sater é sucesso e emociona Paracatu

Violões que contam histórias encantam o Largo do Rosário em noite de lua veado

A noite de quinta-feira (10) foi marcada por um encontro entre a tradição e a poesia. Sob a luz prateada da “lua veado”, o Largo do Rosário voltou a pulsar em celebração durante o 12º Festival do Patrimônio Cultural de Paracatu. E o momento foi coroado com um espetáculo que atravessa gerações: o show de Almir Sater.

O violeiro, cantor e compositor sul-mato-grossense é mais do que um nome da música brasileira, é um contador de histórias, dessas que viajam a cavalo pelas estradas de terra, cruzam córregos de infância e repousam no alpendre da memória afetiva do povo.

Com sua viola caipira de dez cordas, Almir Sater levou ao palco muito mais que canções: trouxe paisagens sonoras que falam do mato, da alma simples e da beleza escondida nas coisas miúdas da vida. Músicas como Tocando em Frente, Chalana e Trem do Pantanal fizeram o público cantar em coro, emocionado, num encontro raro entre silêncio e aplauso.

O Largo, tomado por famílias, jovens e antigos admiradores, se transformou em uma grande varanda sertaneja. Gente de todos os cantos se reuniu para sentir, juntos, o que só a arte de Sater consegue provocar: uma espécie de saudade do que se viveu — ou do que ainda se sonha viver.

Almir, que iniciou a carreira nos anos 1980 e revolucionou a música de raiz ao unir a tradição pantaneira à sensibilidade poética, mostrou que sua trajetória continua viva e necessária. Ao longo das décadas, firmou-se como referência, inclusive em trilhas sonoras de novelas, como Pantanal e O Rei do Gado, que eternizaram sua voz e sua viola nos lares de todo o Brasil.

Paracatu, em noite de festa e cultura, recebeu com orgulho esse mestre da música brasileira. Um artista que, assim como a cidade, sabe preservar o passado, celebrar o presente e inspirar o futuro.

E sob a bênção da lua veado, ficou a certeza: há noites que não terminam quando o show acaba. Elas seguem dentro da gente, feito canção boa que a gente leva no peito e canta baixinho, mesmo depois do silêncio.

Show no Palco Alternativo – Cia Supertramp encanta com releituras e identidade própria

À noite no Palco Alternativo também brilhou com intensidade. A Cia Supertramp, formada em Belo Horizonte em 1991, entregou ao público uma experiência sonora única, reverberando talento, memória e ousadia. Com a proposta de homenagear o icônico Supertramp, a banda não se limita a reproduzir sucessos: ela os reinventa, preservando a essência da sonoridade original sem abrir mão de uma performance vibrante e autoral.

Misturando o melhor do rock clássico com nuances do rock progressivo, o grupo leva o público a uma viagem musical onde o teclado inconfundível, os solos de saxofone e os agudos marcantes dos vocais criam uma atmosfera quase etérea. E como se não bastasse, a banda ainda atravessa fronteiras sonoras com interpretações emocionantes de lendas como Pink Floyd, Genesis, Dire Straits, Rolling Stones, Yes, The Police e outros gigantes da música internacional.

Foi uma apresentação que uniu gerações, evocou lembranças e mostrou que a boa música, quando feita com alma, continua a pulsar viva no coração da plateia.

Sexta: 11/07/2025