NATURAL OU ARTIFICIAL

 

foto para ilustração da internet

A vida de todos nós em decorrência da modernidade e evolução tem se tornado no aspecto material muito mais fácil, isso, se comparado com o passado mais distante.   Outrora, o ser humano mais NATURAL conduzia suas coisas e até problemas de forma bem mais simples, vejamos um exemplo: um pai ou mãe de família ia às compras num “armazém” ou na venda da esquina, trazia para casa de 10 a 12 itens e estava feita a compra da semana ou quinzena, nos dias de hoje, apenas o extrato de tomate que antes nem existia aparece nas gôndolas de umas 15 formas, sem contar a quantidade de espécies de macarrão que faz ao subproduto de tomate companhia.   Ao observarmos as pessoas e analisa-las, em certos momentos pela aparência dos rostos não conseguimos distinguir se estão sorrindo ou fazendo caretas, o que se sabe verdadeiramente é que todos nós nos rendemos às ideias do ARTIFICIAL, do faz de conta, encenação, risinho de canto de boca, perdemos a cada dia nossa essência.   Em certos momentos, se verificarmos as fotos que fazemos ao longo da vida, muitas delas ou até mesmo a maioria, mostram, tipo, “outra pessoa”, falsificamos nosso real estado exteriorizando por encenação uma felicidade irreal.   É um tal das pessoas inventarem de fazer gestos, e pasmem, muitos de nós por imitação repetimos sinais e movimentos sem saber o próprio significado.   O duro é que as nossas crianças vão crescendo e fazendo tudo do mesmo jeito.   O planeta virou uma escola de artes cênicas.   Com raras exceções entendo que avançamos para um beco sem saída.   E ficam cada vez mais escassas as pessoas que eram ou viviam mesmo felizes, que expressavam um sorriso NATURAL, daqueles que nascem do fundo da alma.   Pensando nisso, dá até saudade de ver ou participar de um daqueles momentos onde com outras pessoas de bem, possamos sem nenhum fingimento, soltarmos algumas das alegres e boas gargalhadas, num dos cada vez mais escassos instantes de pura e NATURAL felicidade.   No dia a dia, o que se ouve é, “você precisa se ajustar ao sistema”, “Veja se enquadra”, “está andando na contramão”, falsidade e simulação dominam tudo, infelizmente é o humano se tornando coisa.   Já senti na pele, sabe quando você veste um monte de roupas, um calor dos diabos e sorri para a foto morrendo de raiva?   Pior, se me perguntassem o que eu efetivamente queria num momento desses, eu responderia.   Chinelo de dedo, uma bermuda e só levaria a camisa no ombro se fosse obrigado, e seguiria sentindo o sol, chuva e/ou vento.   Nem aí pro resto.

Miguel Francisco do Sêrro – Bom Natal e Ano Novo!

Historiador e Advogado

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