Consciência Negra – Saiba como a culinária afro influenciou as comidas brasileira e mineira

 Consciência Negra – Saiba como a culinária afro influenciou as comidas brasileira e mineira

 

Docente do Senac traz ainda uma receita da culinária afro-brasileira

Dia 20 de novembro foi oficializado como Dia da Consciência Negra para relembrar a morte de Zumbi dos Palmares – líder de um dos maiores quilombos da história brasileira. A data é usada para celebrar a influência da cultura negra no Brasil e refletir sobre a luta das pessoas pretas pela igualdade no país. 

Durante o período da escravidão, as condições sub-humanas em que os negros escravizados eram aprisionados fez com que o preparo dos alimentos fosse improvisado. Porém, culinária africana não ficou presa esse período e, mais de 100 anos depois, essas práticas foram assimiladas e adaptadas à culinária brasileira e mineira, estabelecendo sua importância. Hoje, a culinária afro-brasileira se faz presente nas mais comuns preparações e até na alta gastronomia, como explica Eduardo Batista, docente de Gastronomia do Senac. 

O uso de ingredientes como o dendê, o quiabo, a pimenta malagueta e o feijão preto e métodos tradicionais de preparo, como o uso de panelas de barro e o cozimento lento para realçar os sabores, são alguns dos legados que a culinária afro deixou para a maneira que comemos hoje. 

Essas e outras influências se fundiram ao longo dos séculos, resultando em uma rica diversidade gastronômica que reflete a herança cultural e étnica do Brasil e de Minas Gerais. A comida brasileira e mineira contemporânea é um testemunho dessa fusão cultural, enriquecendo a cena gastronômica com uma variedade de sabores, texturas e pratos distintos. Como resultado, alguns pratos típicos de origem afro-brasileira, como o vatapá, o acarajé e o caruru, tornaram-se parte integrante da gastronomia brasileira e são amplamente apreciados em várias regiões do país, incluindo Minas Gerais.”, ressalta Eduardo. 

O especialista ainda destaca o uso de utensílios específicos, como panelas de barro e pilões de madeira. A influência chegou inclusive nas festividades e celebrações sazonais, em que pratos e doces específicos desempenham um papel central, como é o caso do cuscuz de tapioca e do doce de leite, amplamente consumidos no nosso estado. 

Quem tira um momento para refletir, vai perceber que a cultura preta é celebrada todos os dias no nosso país, muito além do mês de novembro, e está literalmente na boca do povo. 

Celebre a Consciência Negra com um Vatapá 

Uma ótima opção para celebrar o Mês da Consciência Negra é preparar um prato tradicional afro-brasileiro, como o Vatapá. Segundo Eduardo Batista, a receita é um prato típico da culinária baiana, mas também é apreciado em outras regiões do Brasil, incluindo Minas Gerais. 

“O Vatapá incorpora uma variedade de ingredientes e técnicas culinárias que refletem a herança afro-brasileira, com toda sua complexidade de sabores e texturas. A combinação do sabor intenso do camarão seco e do azeite de dendê com a cremosidade do leite de coco e a crocância do amendoim, é uma maneira deliciosa de celebrar a contribuição da cultura preta para a gastronomia brasileira”, salienta. 

Saiba como preparar um Vatapá: 

Ingredientes: 

  • 500g de pão amanhecido 
  • 500ml de leite de coco 
  • 1 cebola grande picada 
  • 3 dentes de alho picados 
  • 2 colheres de sopa de azeite de dendê 
  • 200g de camarões secos 
  • 200g de amendoim torrado sem pele 
  • 1 colher de sopa de gengibre ralado 
  • 1 pimenta malagueta picada (opcional) 
  • Sal a gosto 

Modo de preparo: 

  1. Em uma tigela, deixe o pão de molho no leite de coco até amolecer bem. 
  2. Em uma panela, refogue a cebola e o alho no azeite de dendê até dourarem. 
  3. Adicione os camarões secos e refogue por alguns minutos. 
  4. Em um processador de alimentos, triture o amendoim e adicione à panela, juntamente com o gengibre e a pimenta malagueta, se desejar. 
  5. Acrescente o pão amolecido com o leite de coco e cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até obter uma consistência cremosa. 
  6. Tempere com sal a gosto. 
  7. Sirva o Vatapá com arroz branco ou como acompanhamento de peixes ou frutos do mar. 

Sobre o Senac em Minas 

Com um olhar atento às tendências mundiais e no contexto da Revolução 4.0, o Senac, que faz parte do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, que integra a CNC – Confederação Nacional do Comércio, tem como propósito oferecer educação profissional de qualidade, com base nas demandas empresariais e sociais, e nas tendências do mundo do trabalho, da inovação e dos princípios de sustentabilidade. O portfólio de cursos da instituição é desenvolvido com base na necessidade do mercado, considerando pesquisas, estudos e contatos diretos com os empresários. São 41 unidades educacionais distribuídas no estado e 12 carretas móveis que reproduzem os ambientes das salas de aula. 

O Senac oferece opções de cursos livres, técnicos, graduação e MBA, que permitem uma formação complementar transversal, o chamado itinerário formativo. O aluno pode traçar sua trajetória partindo dos cursos de formação inicial chegando ao ensino superior ou vice-versa. Além disso, a variedade de segmentos de atuação (gestão, saúde, gastronomia, comércio, idiomas, tecnologia da informação, moda, segurança, beleza, meio ambiente, turismo, design, produção de alimentos, entre outros) corroboram com uma formação diferenciada. 

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