Ação solidária de cooperativa beneficia mil famílias do Grande Sertão Veredas

Cooperativa de Agricultura Familiar Sustentável destina 50 toneladas de alimentos para famílias carentes da região

Em meio à pandemia do novo coronavírus, produtores associados à Cooperativa de Agricultura Familiar Sustentável com Base em Economia Solidária (Copabase) realizam ação social voltada para suprir as necessidades alimentares de cerca de mil famílias do Vale do Urucuia e do Grande Sertão Veredas, na região Noroeste de Minas Gerais. Com apoio da Fundação Banco do Brasil, por meio de recursos oriundos do BB Seguros, do Banco BV e da cooperativa de crédito Cooperforte, a iniciativa beneficia as famílias mais vulneráveis de quatro municípios e também os produtores da cooperativa.

Com suas atividades praticamente suspensas desde março, devido à pandemia, a Copabase viu seu faturamento cair 85%, prejudicando toda a cadeia produtiva da cooperativa e a renda dos produtores. Como forma de reavivar o compromisso cooperativo dos agricultores e promover a responsabilidade social para quem precisa, a Copabase, por meio de um recurso oferecido pela Fundação Banco do Brasil, parceira da cooperativa desde sua fundação, em 2008, investiu R$ 215 mil na compra de produtos regionais da agricultura familiar e na distribuição de cestas-básicas para as famílias carentes.

Para a gestora e coordenadora da Copabase, Dionete Figueiredo Barboza, essa ação solidária teve um grande diferencial, uma vez que os itens das cestas-básicas doadas foram quase todos produzidos pelos agricultores da cooperativa. “Mesmo com a estrutura completamente paralisada, nós conseguimos comprar alguns produtos disponíveis dos agricultores como polpa de frutas, açúcar mascavo, farinha de mandioca, melancia, abóbora, entre outros. Assim, foi possível atender mil famílias da zona rural e urbana de Arinos, Riachinho, Urucuia e Uruana de Minas”.

Ao todo, foram doados 2 mil cestas-básicas, sendo duas para cada família cadastrada, uma no início de maio e outra em junho, totalizando 50 toneladas de alimentos e 2 mil dúzias de ovos. “Essa ação nos dá um pouco de ânimo e fôlego. Fazer o bem, mesmo a gente não estando tão bem, é muito importante e gratificante. Isso estimulou os produtores que puderam vender a sua produção e também ajudou quem precisava”, destaca Dionete.

Cadeia produtiva ficou comprometida com a pandemia

Fundada em 2008, no município de Arinos, a Copabase é uma cooperativa formada por agricultores familiares e extrativistas, que tem no beneficiamento e na comercialização de frutos do cerrado sua principal fonte de renda. Atualmente, cerca de 100 produtores estão associados à cooperativa, sendo uma das poucas oportunidades de geração de renda para as famílias rurais da região. Entre os alimentos produzidos e comercializados por eles destaque para o açafrão, açúcar mascavo, castanha de baru, farinha de mandioca, mel de abelha, polpa de frutas, pólen e urucum.

Ao longo de 2019, com consultoria técnica do Sebrae Minas, a Copabase remodelou sua política comercial e estratégica, visando inserir-se de maneira diferenciada e definitiva no mercado do Distrito Federal. Segundo a analista do Sebrae Minas, Jéssica Viana, foram feitos reestilização dos produtos, com novo design de rótulos e embalagens, criação de um site e reestruturação em relação a mercado, logística e distribuição. “A gente vem fazendo um trabalho de apoio e de profissionalização da etapa de comercialização e venda dos produtos da cooperativa, auxiliando-os no acesso a novos mercados, principalmente o de Brasília”.

Com a chegada da covid-19, toda a cadeia produtiva da cooperativa ficou comprometida. Isso porque 80% do faturamento é proveniente do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e com as aulas suspensas em todo o Brasil, as mercadorias não estão sendo comercializadas.

A pandemia também prejudicou a consolidação de uma parceria entre a Copabase e a rede de supermercados Pão de Açúcar. “Nós chegamos a assinar os contratos com a rede Pão de Açúcar no final de 2019 e já caminhávamos para o cadastro real dos produtos, mas com a pandemia o negócio está suspenso. A consequência disso é que a gente ficou descapitalizado. O capital está todo em estoque”, explica a coordenadora Dionete Figueiredo.

E-commerce como alternativa

Preocupados com os desafios desse novo momento e sabendo que as vendas presenciais estão cada vez mais comprometidas, a Copabase em parceria com a Central do Cerrado – uma cooperativa que atua na comercialização de diversos produtos ecossociais dos biomas cerrado e caatinga – , disponibilizou seus produtos na plataforma de e-commerce www.centraldocerrado.org.br. “A expectativa é que a loja virtual possa ser uma alternativa de divulgação e de venda dos nossos produtos, que além de responsabilidade social e ambiental, valoriza as famílias e as culturas locais”, finaliza Dionete.

Outras informações podem ser obtidas no site https://www.copabase.org/.

 

 

 

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