A UTOPIA DO PERFEITO

 

Antigamente, num tempo em que respeitar os pais e os mais velhos era regra, quando vigorava um dizer antigo “faça o que eu mando e não olha o que eu faço”, época em que não se falava em bullying, depressão, neurose e coisas do gênero.   Doido era doido, bobo era bobo e estava resolvido.   Período em que a pessoa combinava algo com um semelhante e não precisava de testemunha, a palavra valia.   Lembro bem que naquele tempo, talvez por ser ainda bem pequeno, as coisas pareciam funcionar.   Hoje com um olhar um pouco mais critico, percebo que o vírus da hipocrisia no Brasil é antigo, cuja proliferação ocorre desde 1500, as sociedades pioneiras que na terra do pau Brasil se estabeleceram cuidaram de enraizar a política de “levar vantagem” como o objetivo a ser atingido.   Contrariando a regra de quanto mais para mim melhor, surge aqui e ali uns gatos pingados de bem intencionados, cujos mirrados esforços sucumbem diante das mazelas oriundas do capitalismo.   As gerações futuras, uma a uma, vem se formando e se renovando com base no modelo explorador que foi implantado desde a colonização.   Qual o resultado de toda essa balbúrdia?   Os brasileiros bem intencionados sabem do que o pais precisa, como minoria, as pessoas de visão não conseguem implantar um modelo social que tenha como base uma educação de qualidade a ser aplicada desde a infância, de forma e capaz de transformar as pessoas do futuro.   Como não se implanta esse modelo, os indivíduos e cidadãos vão se formando vida afora, quando muito aprendem a cobrar do Estado nas três esferas que cumpra o papel de cuidar.   E nós, pobre de nós.   Dia após dia queremos trabalhadores responsáveis e conscientes, servidores públicos honestos e cumpridores de suas atribuições, aí eu pergunto, vindos de onde?   Da mesma sociedade mal formada, pouco instruída que o modelo secular produziu?   Indo um pouco mais além recebemos hoje, o tratamento imposto por dirigentes criados e forjados há 25, 30, 40 anos antes, e esses, não foram instruídos e educados no sentido de olhar e proteger o grupo antes de olhar para si.   Por tudo isso, querer e exigir de um grupo mal formado, resultados bons é simplesmente tentar tirar leite de pedra.   Pior é que a saga continua, e, se hoje, não se criou ou implantou politica educacional que transforme o futuro desse pais que poderia ser promissor, onde o povo bem educado seja a base da sociedade, é olhar para frente e se contentar em ter pena dos cidadãos de bem que sofrem e continuarão sofrendo nas mãos dos dirigentes mal formados fruto da própria sociedade, que ano após ano aprende, no máximo exigir e cobrar.   Minha modesta opinião é de que há de se criar politicas na estrutura (base) da formação dos cidadãos, e estes, desde a infância, bem educados, instruídos e informados, assim, na maioridade já estariam capacitados para gerir os recursos com maestria e principalmente honestidade, de forma a tornar o Brasil uma grande nação.

Miguilim na quinta-feira – Recluso, pero no mucho

Miguel Francisco do Sêrro – Historiador e Advogado

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O Lábaro

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