Em Paracatu, a educação une mãos, protege a infância, cuida da natureza e constrói um novo futuro em parceria

 Em Paracatu, a educação une mãos, protege a infância, cuida da natureza e constrói um novo futuro em parceria

Projeto “Contar e Recontar Histórias para Encantar e Transformar Ideias” reúne escolas, educadores, instituições públicas e iniciativa privada em uma jornada de aprendizado, consciência ambiental e transformação social

Com a casa cheia e corações atentos, a Câmara Municipal de Paracatu transformou-se, nesta manhã de quarta-feira (26), em um verdadeiro templo do saber sensível e coletivo. Ali, a educação deixou de ser apenas conteúdo didático para ganhar corpo, voz e emoção. Tornou-se experiência viva, daquelas que marcam, germinam e florescem para além dos muros da escola.

O município acolheu, em um só espaço, o Projeto “Contar e Recontar Histórias para Encantar e Transformar Ideias”, uma iniciativa que demonstrou, na prática e na poesia, que educar é um ato de coragem, cuidado e esperança. Cerca de 1.100 estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental I e 100 educadores da rede pública urbana e rural participaram da ação, envolvendo 54 turmas de 27 escolas municipais e estaduais.

O projeto contou com o patrocínio da Kinross Paracatu, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura (PRONAC), evidenciando a força das parcerias entre escola, poder público e iniciativa privada na construção de uma sociedade mais consciente, justa e sustentável.

Ao longo de sua execução, a educação ambiental foi desenvolvida por meio do teatro, da contação de histórias, de oficinas eco-literárias e de piqueniques educativos no Parque Estadual de Paracatu, espaços onde as crianças aprenderam que a natureza não é apenas cenário, mas casa, abrigo e herança.

Entre fábulas e realidade, personagens como o Saci Pererê de duas pernas, ensinando reciclagem, a Girafa Marieta, o Gato Corneta e a Vaca Violeta conduziram os pequenos por um universo de imaginação consciente, mostrando que aprender também pode ser brincar, e que brincar pode, sim, salvar o planeta.

O ponto alto do encontro foi a 5ª edição do Concurso Cultural, que premiou os projetos de três escolas escolhidas por um corpo de jurados, reconhecendo a criatividade, o compromisso e o olhar sensível das crianças para as questões ambientais:

Escolas premiadas:

  • 1º lugar – Escola Municipal Altina de Paula Sousa
  • 2º lugar – Escola Municipal Raimundo José Santana
  • 3º lugar – Escola Municipal Antônio Ribeiro

Também foram entregues certificados de participação e prêmios de valorização às demais escolas que apresentaram projetos, reforçando que, ali, todos são vencedores quando a causa é o futuro.

Entre os trabalhos apresentados, temas como reciclagem, sustentabilidade, preservação ambiental, arborização, reaproveitamento de materiais, educação física sustentável e transformação do lixo em arte revelaram o quanto as novas gerações compreendem a urgência de cuidar do planeta e se reconhecem como parte ativa dessa missão.

O evento contou com a presença da idealizadora do projeto, Berenice Maria Mendes Nascimento, Júnia Mesquita Miranda, gerente do Parque Estadual de Paracatu; Dariane Ferreira Martins, representando a Superintendência Regional de Ensino; Diego de Paula, Analista de Comunidade da Kinross; Isadora Pinheiro, Analista de Meio Ambiente; Gislaine M., representando a Secretaria de Meio Ambiente; e do Diretor do Departamento Pedagógico, José Ivan Lopes, fortalecendo os laços entre educação, meio ambiente e políticas públicas.

Em seu emocionado pronunciamento, a idealizadora do projeto, Berenice Maria Mendes Nascimento, destacou:

“As experiências compartilhadas foram a alavanca para alcançarmos o destino projetado. O sucesso deste projeto é fruto do amor colocado na prática pedagógica, do compromisso das instituições, do apoio das famílias, da comunidade escolar e do brilho dos nossos alunos.”

Com os estudantes da Escola Nilo Sadok, reforçou-se a lição de que pequenas ações, quando somadas, transformam o mundo. Com a APAE, veio a certeza de que aquilo que é escrito no coração não precisa de agenda, porque jamais será esquecido. Em cada escola, uma nova semente foi plantada. Em cada criança, despertou um guardião da Terra.

Em uma conexão simbólica com a COP 30, que será realizada em Belém do Pará, o Curupira surgiu como mascote imaginário deste grande encontro de saberes, lembrando que proteger as florestas e os animais é, acima de tudo, proteger a nós mesmos. Porque o planeta não precisa de super-heróis, ele precisa de consciência, cuidado diário, atitudes simples e escolhas responsáveis.

O brilho nos olhos das crianças, os cadernos cuidadosamente elaborados e agora expostos para apreciação pública são a prova viva de que a educação é memória, é raiz e é futuro.

Mais do que um projeto, o que se viveu em Paracatu foi um manifesto silencioso e poderoso: quando a educação acontece com amor, parceria e sensibilidade, ela ultrapassa barreiras, derruba muros, transforma consciências e constrói um amanhã mais justo, verde e humano.

Ao final, fica o agradecimento à Secretaria Municipal de Educação, à Superintendência Regional de Ensino, ao Instituto Estadual de Florestas e à Kinross Paracatu, parceiros fundamentais para que esse sonho ganhasse forma, voz e sentido.

E que em 2026 novas histórias sejam contadas, recontadas e eternizadas.

Porque educar é plantar luz. E toda semente cuidada, inevitavelmente, floresce.

 

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O Lábaro

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