Quando Minas vira música: a Banda Lyra entra para a história como Patrimônio Cultural Imaterial

Participando do 1º Encontro Estadual de Bandas, em Belo Horizonte, a Lyra Paracatuense celebra um reconhecimento que ecoa gerações ande reafirma a força da tradição musical mineira

Nos dias 21 e 22 de novembro, Belo Horizonte tornou-se o grande palco da memória sonora de Minas Gerais. O 1º Encontro Estadual de Bandas reuniu histórias, sons e afetos em uma celebração inédita: o reconhecimento oficial das bandas de música como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. Entre tantas trajetórias que se cruzaram nesse momento histórico, a Banda Lyra Paracatuense escreveu o seu nome em letras de música e orgulho, agora, ela também é patrimônio de Minas.

O encontro teve início no dia 21, com ações formativas realizadas no Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), reunindo mestres, músicos, estudiosos e apaixonados pela cultura das bandas. Foram palestras, diálogos e trocas que fortaleceram ainda mais os vínculos entre passado, presente e futuro dessa tradição centenária que sobrevive graças à coletividade e ao amor pela música.

Já no dia 22, a Praça da Liberdade e o Palácio da Liberdade se transformaram em espaços de celebração pública. Em um concerto gratuito, as bandas participantes preencheram a cidade com melodias que não pertencem apenas a partituras, mas à vida de quem as escuta. Cada nota carregava a memória de coretos, procissões, desfiles, festas religiosas e momentos marcantes das comunidades de Minas Gerais.

Atualmente, o estado conta com mais de 700 bandas ativas, muitas delas com mais de um século de existência. O registro oficial como Patrimônio Cultural Imaterial não é apenas um título, é um compromisso. Ele consolida um capítulo fundamental da história mineira e garante que esse saber coletivo, transmitido de forma oral, comunitária e solidária, continue vivo e pulsante para as próximas gerações.

Para Paracatu, o reconhecimento da Banda Lyra é mais do que uma conquista institucional: é um gesto de valorização da identidade local, da resistência cultural e da beleza que nasce do encontro entre pessoas, instrumentos e tempo. É prova de que a música não é só som, é raiz, é memória, é pertença.

E agora, oficialmente, é patrimônio.