Do Cerrado ao Jequitinhonha: Minas Gerais mostra sua vocação sustentável na COP30

 Do Cerrado ao Jequitinhonha: Minas Gerais mostra sua vocação sustentável na COP30

Artesanato, café e baru mostram a força da bioeconomia mineira e o compromisso do estado com o desenvolvimento sustentável

Produtos que expressam o compromisso de Minas Gerais com a sustentabilidade e a valorização da cultura local estão expostos na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que acontece em Belém (PA), até 21 de novembro. A loja colaborativa montada pelo Sebrae, foi batizada de “Brasil BioMarket”, e abriga 250 micro e pequenas empresas, de 21 estados diferentes, e cerca de 750 produtos.

Entre os produtos mineiros estão a castanha de baru, beneficiado e comercializado pela Cooperativa da Agricultura Familiar (Copabase); o café do Cerrado Mineiro, produzido sob a primeira Denominação de Origem (DO) do Brasil; caixas de buriti e bordados do Urucuia Grande Sertão Veredas, marca coletiva que chancela o trabalho feito pelos artesãos; a tradicional cerâmica do Vale do Jequitinhonha, com moringas, flores e bonecas; e itens em fibra de bananeira, produzidos pelo projeto Gente de Fibra.

A participação mineira na COP-30 reforça o compromisso do Sebrae Minas com o fortalecimento dos pequenos negócios sustentáveis, o desenvolvimento de cadeias produtivas que integram valor econômico, social e ambiental, a gestão eficiente e a valorização da origem. O presidente do Conselho Deliberativo da instituição, Marcelo de Souza e Silva, pontua que a participação no evento reforça o papel dos pequenos negócios na agenda global de sustentabilidade.

“Esses empreendedores são exemplos de que é possível gerar desenvolvimento econômico com respeito ao território e ao meio ambiente. Minas Gerais chega à COP-30 mostrando que sustentabilidade e identidade caminham juntas, e que a inovação também pode nascer da tradição”, destaca.

A loja funcionará na Green Zone, aberto ao público em geral, e na En-Zone (Entrepreneurship Zone), espaço do Sebrae no Parque Urbano Belém Porto Futuro. A iniciativa conta com participação da Associação dos Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio) e da empresa Vimer, que cria projetos de varejo.

Produtos sustentáveis que contam histórias

O Café do Cerrado Mineiro integra um projeto estruturado pelo Sebrae Minas em parceria com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer) e entidades regionais. A iniciativa alia qualidade, rastreabilidade e turismo sustentável, como, por exemplo, a Rota do Café do Cerrado, composta por 26 experiências que conectam fazendas, torrefações, cafeterias e vinhedos.

A castanha de baru, produzida na região do Noroeste de Minas, tornou-se um dos maiores símbolos de inovação e sustentabilidade do agro mineiro. O apoio do Sebrae foi decisivo para a organização dos produtores, o acesso a novos mercados e a conquista de certificações internacionais, que abriram portas para exportações e novos investimentos.

Já na área do artesanato, o Sebrae Minas é um grande apoiador do Vale do Jequitinhonha. A instituição atua na região há mais de duas décadas para o fortalecimento da governança, empreendedorismo, presença digital, design dos produtos e acesso a mercados. Desde 2019, a instituição trabalha com o projeto Identidade e Origem, com o objetivo de dar notoriedade ao território. E, em 2021, nasceu a marca coletiva Vale do Jequitinhonha para destacar a origem dos produtos, proteger os artesãos de cópias e incentivar o artesanato como fonte de renda.

No Noroeste do estado, o Sebrae apoiou o desenvolvimento da Marca Coletiva Urucuia Grande Sertão Veredas, criada para fortalecer os núcleos de artesãs, por meio da compra coletiva de materiais para produção e comercialização dos produtos. O artesanato local manifesta forte identidade e características singulares em tecelagem, bordado e fibra de buriti. A fauna, a flora e o cotidiano dos moradores são representados em peças de decoração, almofadas, colchas e mantas.

E no sul de Minas, a Cooperativa Mariense de Artesanato, conhecida como Gente de Fibra, é uma parceria entre a Prefeitura de Maria da Fé e o Sebrae Minas. A cooperativa se tornou referência regional e nacional na criação de peças decorativas e utilitárias feitas com papel machê e fibra de bananeira, que seriam descartadas após a colheita da banana. Mandalas, vasos e esculturas carregam beleza, preocupação ambiental e valorização dos saberes locais.

Minas Gerais na COP30:

• Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer)
Região: Cerrado Mineiro
Produto: Café
Destaque: Primeira Denominação de Origem (DO) do café no Brasil.

• Cooperativa da Agricultura Familiar (Copabase)
Região: Noroeste de Minas Gerais
Produto: Castanha de Baru
Destaque: Primeira cooperativa mineira autorizada pela União Europeia a exportar o baru. O produto também integra projetos de bioeconomia e restauração do Cerrado.

• Urucuia Grande Sertão Veredas
Região: Noroeste de Minas Gerais
Produto: Caixas de buriti e bordados
Destaque: Marca coletiva reúne artesãos que utilizam fibras naturais e matérias-primas locais.

• Projeto Gente de Fibra
Região: Sul de Minas Gerais
Produto: Arte em fibras de bananaeiras
Destaque: Iniciativa voltada à valorização de comunidades artesãs e ao uso sustentável de recursos naturais, fortalecendo o protagonismo no campo.

• Vale do Jequitinhonha
Região: Vale do Jequitinhonha
Produto: Cerâmica
Destaque: Patrimônio cultural e símbolo da identidade mineira, reconhecido pela produção artesanal que alia técnica, ancestralidade e sustentabilidade ambiental.


Assessoria de Imprensa Sebrae Minas

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