Cultura, futuro e pertencimento: Paracatu abre o 2º Seminário de Economia da Cultura

Evento propõe reflexões sobre os desafios do século XXI e o papel da cultura na construção de novos caminhos

Na noite de ontem, 3 de novembro, Paracatu abriu as portas para o futuro. Sob o tema “Os Desafios do Século XXI”, teve início o 2º Seminário de Economia da Cultura de Paracatu, reunindo pesquisadores, gestores, artistas, produtores e especialistas na Loja Maçônica Nova Luz Paracatuense.

As discussões emergem de um tempo inquieto. Mudanças climáticas, inteligência artificial e transformações nas relações de trabalho, renda e território pedem novas respostas. A cultura, nesse cenário, se coloca não como adorno, mas como estrutura da vida coletiva, caminho possível entre criatividade, sustentabilidade e economia.

A cidade respira essa transformação. Nos últimos dois anos, mais de R$ 30 milhões foram investidos em projetos culturais, sociais e esportivos, movimentando a economia local, gerando empregos e fortalecendo o turismo.

A programação de abertura trouxe uma amostra das múltiplas dimensões da cultura paracatuense. Houve mutirão ambiental com plantio de mudas, degustação dos Sabores de Paracatu, demonstração de capoeira, expressão de ancestralidade e musicalidade, e a apresentação da Cooperfrutas, cooperativa local que exemplifica como o cooperativismo pode fortalecer territórios e gerar renda.

O primeiro dia de atividades contou ainda com palestras e painéis que aprofundaram o debate sobre políticas culturais e desenvolvimento territorial.

A Palestra 1, com Isaura Botelho, abordou “A Economia Criativa como Estratégia de Desenvolvimento – Políticas Públicas e a Economia Criativa no Brasil Contemporâneo”.

Em seguida, o Painel 1 – Os Caminhos da Cultura e o Desenvolvimento discutiu a cultura como base das políticas públicas, da geração de renda e da sustentabilidade territorial.

Os relatos de experiências reforçaram o enraizamento da cultura na economia local:
• Paulo Eduardo apresentou “O Som dos Tambores como Voz da Cidade: o Congado e a Potência Criativa de Uberlândia”;
• Adriano José de Paula refletiu sobre “O Mercado de Quitandas de Paracatu”;
• e Marcos Alves mostrou como “A Cultura Impulsiona o Empreendedorismo Local”.

Encerrando a noite, o biólogo e pesquisador Fábio Scarano trouxe a Palestra 2 – “Cultura, Ciência e Meio Ambiente como Estratégias de Civilização”, destacando a necessidade de uma nova ética civilizatória em que cultura e ciência caminhem juntas como pilares de regeneração e sustentabilidade.

Programação de hoje e amanhã

Terça-feira, 04/11 — Conectando cultura, tecnologia, trabalho e urgência climática

As transformações do trabalho, o papel da inovação e os desafios ambientais e civilizatórios do século XXI orientam o segundo dia do evento.

• 08h00 – Encontro Temático 1: Mercado Novo e Feira dos Produtores — Luiz de Castro (curador do Mercado Novo – BH).
  • 10h00 – Oficina 1: Oficina de Criação e Reciclagem (Imãs) — 20 vagas.
  • 14h00 – Encontro Temático 2: Roda de Conversa – Academia e Mercado — Adriano de Paula e Márcio Silva Andrade (IFTM), João Rubens (HackTown) e Luis de Castro (Mercado Novo).
  • 16h30 – Encontro Temático 3: HackTown e Inovatu — João Rubens (cofundador do HackTown de Santa Rita do Sapucaí – MG).
  • 18h00 – Sabores de Paracatu: Degustação de produtos locais.
  • 18h30 – Demonstração Técnica: Caretagem — cultura popular como tecnologia ancestral de pertencimento.
  • 18h45 – Potências do Território: Escola EFAN – Pedagogia da Alternância — educação do campo que integra estudo e trabalho.
  • 19h00 – Palestra 3: João Rubens — “O Futuro Chegou. E Agora? Trabalho, Bem-Estar, Meio Ambiente e Cultura em Tempos de Inteligência Artificial.”
  • 19h30 – Painel 2: Territórios Criativos e Desafios Globais — com experiências de Luiz de Castro, Caio Silva & Thiago Venâncio e Nayara Azevedo.
  • 20h30 – Palestra 4: Anna Carolina Fornero Aguiar — “Urgência Climática e Futuro Regenerativo: Cultura, Tecnologia e Natureza em Travessia.”
  • 21h00 – Debate
  • 21h30 – Encerramento do dia

Quarta-feira, 05/11 — Regeneração, sustentabilidade e reencantamento do mundo

O último dia propõe um mergulho poético e ético na cultura como fonte de regeneração, sustentabilidade e futuro compartilhado.

• 09h00 – Oficina 2: Oficina de Kokedama — Edneusa Nascimento / Claudia Nascimento (20 vagas).
  • 13h30 – Encontro Temático 4: Jogo da Colaboração — Simone Catalan (Fluxonomista) — 60 vagas.
  • 16h30 – Encontro Temático 5: Cuidado Ativo e Genuíno – A Preservação da Vida — Katia Lourenço (Grupontapé de Teatro) e SESMT (Kinross) — 60 vagas.
  • 18h00 – Sabores de Paracatu: Degustação de produtos locais.
  • 18h30 – Demonstração Técnica: Lyra Paracatuense — leitura e regência de banda tradicional.
  • 18h45 – Potências do Território: COPABASE – Cooperativismo e Sustentabilidade — o cooperativismo como cultura de pertencimento e sustentabilidade econômica.
  • 19h00 – Palestra 5: Jorge Caldeira — “A Regeneração como Projeto para o Brasil.”
  • 19h45 – Painel 3: Os Caminhos da Regeneração — com Simone Catalan, Géssica da Silva dos Santos & Victor Hugo Oliveira Dias e Regina Amorim.
  • 20h30 – Palestra 6: Lala Deheinzelin — “Entre o Colapso e o Encantamento: o Futuro Está em Nossas Mãos.”
  • 21h00 – Debate
  • 21h30 – Encerramento do Seminário

O 2º Seminário de Economia da Cultura de Paracatu é uma realização da Guiastur, com patrocínio da Kinross, e apoio institucional do Sebrae, Mais Turismo, IFTM, Academia de Letras do Noroeste de Minas e do grupo Balaio do Cerrado.

Mais do que um evento, o encontro reafirma Paracatu como um território que reconhece na cultura o coração de seu desenvolvimento econômico, social e simbólico.

Entre o colapso e o encantamento, Paracatu se coloca em travessia, um espaço de encontro entre tradição e inovação, onde a cultura planta, regenera e sonha o futuro.

Inscrições e informações: https://forms.gle/4siqC5rd3keERM1RA