SINAIS, PERCEPÇÃO E ESCOLHAS

 

No meu bairro, não muito longe de onde moro, em determinada rua com uma parte de subida leve, um cachorro de tamanho mediano por alguma razão desenvolveu um costume meio estranho, o dono, Raimundo do ferro velho deixava o animal solto todo santo dia, o canídeo por alguma razão sempre que ouvia um ronco de motor ou notava uma bicicleta passar, saia em disparada latindo e tentando morder o veículo e/ou, quem o estava conduzindo.  O dia inteiro aquela algazarra.   Cerca de uns quinze dias antes, pude notar o infeliz do animal andando apenas em três patas, assim mesmo não deixava de incomodar os transeuntes.   Ontem bem cedo vi Raimundo colocar um saco sujo e pesado na sua carroça de coletar material reciclável, indaguei:   –Que é isso Mundim?   -O dogão morreu! Disse ele meio choroso.   –O caminhão do lixo pisou nele, completou.  Desloquei e convoquei minha “meia dúzia de neurônios”:   A vida dos humanos traz algumas semelhanças com os fatos que relatei.   Pensantes que somos, se desacelerarmos, parar um pouco e ligarmos o botão da percepção, haveremos de notar “como estamos levando a vida”, concluiremos que muito do que fazemos, atos e atitudes são frutos da própria opção, escolhemos nós mesmos.   A natureza não produz abacaxi na árvore de manga, é uma questão de ação e reação.   É compreensível que o “dogão” gostasse da aventura de correr desenfreadamente atrás dos veículos, imagina-se que sentia gosto “prazer” em latir, correr, alcançar e eventualmente morder a “presa”.   Cada dia da nossa vidinha nesse mundão de meu Deus, invariavelmente, colhemos resultados do que escolhemos cultivar.   Se bem observarmos os SINAIS, com a PERCEPÇÃO bem ligada na tomada, poderemos se quiser, mudar o nível das nossas ESCOLHAS.   Feito isso, obviamente não se trata de algo tipo matemática, mas é possível prever com certa margem de erro até o nosso futuro, ou, levar uma vida com menos surpresas desagradáveis.   Em regra, as pessoas que escolhem viver de forma desregrada, tipo, perigosamente, estão N vezes mais propensas a ter o fim que levou o animal de estimação do Mundim.   Pense nisso.

Miguel Francisco do Sêrro-Historiador/Advogado.

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