Professora da UFVJM conquista 1º lugar no Prêmio Jovem Cientista CNPq / Fundação Roberto Marinho

 Professora da UFVJM conquista 1º lugar no Prêmio Jovem Cientista CNPq / Fundação Roberto Marinho

Elisângela Aparecida dos Santos, docente do Campus Unaí, é a vencedora na categoria Mestre e Doutor

A professora Elizângela Aparecida dos Santos, 32 anos, do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFVJM, sediado no Campus Unaí, acaba de receber mais um prêmio por suas pesquisas inovadoras no enfrentamento às mudanças climáticas. A pesquisadora, que é doutora em Economia Aplicada na área de Economia Agrícola e Ambiental, foi contemplada na categoria Mestre e Doutor no 31º Prêmio Jovem Cientista do CNPq em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Com o tema “Resposta às Mudanças Climáticas: Ciência, Tecnologia e Inovação como Aliadas”, o 31º Prêmio Jovem Cientista foi entregue no último dia 26 de novembro, em Brasília, e celebra, neste ano, jovens pesquisadores que desenvolveram soluções inovadoras para um dos maiores desafios do século XXI.

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Professora Elizângela, da UFVJM, e os demais premiados, Raul Victor M. Souza, representante do Ensino Médio, e Manuelle da Costa Pereira, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, durante coletiva para a imprensa – Foto: Marcelo Gondim / CNPq

 

A pesquisa premiada, “Vulnerabilidade e resiliência climática no Brasil: Um olhar territorial para a ação adaptativa”, tem como meta principal identificar e caracterizar os municípios mais resilientes à vulnerabilidade climática, com foco na identificação de estratégias de adaptação mais eficientes. Uma das evidências do estudo mostrou que a resiliência climática dos municípios brasileiros não depende somente da exposição a cenários climáticos adversos, mas também da relação da resiliência com a capacidade adaptativa local e da qualidade das respostas institucionais, sociais e produtivas. “Esses achados reforçam a ideia de que resiliência não é ausência de risco, mas a capacidade de responder de maneira eficaz, reorganizando sistemas sociais, econômicos e ambientais frente às pressões climáticas. Conhecer o nível de vulnerabilidade às alterações do clima pode aprimorar o desenvolvimento de políticas de governo e a distribuição de recursos públicos”, diz a pesquisadora da UFVJM.

Embora alguns municípios brasileiros estejam em regiões desafiadas constantemente por eventos climáticos extremos, como períodos de temperatura muito elevada e secas intensas, segundo a professora Elisângela, eles são menos vulneráveis às alterações do clima. Para fazer esse mapeamento, a pesquisadora elaborou uma metodologia própria, que está disponível gratuitamente e é baseada em três componentes principais: suscetibilidade, capacidade de enfrentamento e capacidade adaptativa. “O índice de vulnerabilidade apresentado no trabalho foi construído a partir de 30 indicadores, distribuídos entre os três componentes. Foram 13 indicadores para a dimensão da suscetibilidade, nove para a capacidade de enfrentamento e oito para a capacidade adaptativa”, afirma Elizângela. Ela ressalta que esses indicadores compreendem aspectos ambientais, socioeconômicos e demográficos que influenciam a vulnerabilidade dos municípios.

Ao caracterizar os municípios mais resilientes à vulnerabilidade climática, a pesquisadora encontrou um conjunto de estratégias que possibilitam a adaptação eficaz mesmo diante de eventos extremos. “Entre os principais fatores que aumentam a resiliência desses municípios, estão: maior acesso da população à água potável; práticas agroecológicas; produtores rurais com diversificação de renda; presença de mulheres no comando das prefeituras e estabelecimentos agropecuários vinculados a algum tipo de associação, como cooperativas e sindicatos. Identificar municípios mais vulneráveis às mudanças climáticas vai permitir a alocação mais adequada de recursos públicos. Por exemplo, para fazer um investimento em irrigação, que é uma prática de adaptação, seria melhor escolher os municípios mais expostos e que possuam uma capacidade adaptativa menor. Assim é possível dar oportunidade a esses municípios de se adaptarem”, finaliza a professora Elizângela.

A edição deste ano do Prêmio Jovem Cientista reforça a importância da produção científica na redução de impactos ambientais, no enfrentamento de eventos climáticos extremos e na busca por estratégias de adaptação capazes de proteger populações, ecossistemas e infraestrutura no país. Criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Jovem Cientista tem patrocínio da Shell e apoio da Editora Globo e do Canal Futura.

Divisão de Jornalismo e Imprensa

Diretoria de Comunicação Social

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