No compasso da história

Paracatu celebra o encerramento do 20º Festival da Música Brasileira com homenagens, sabores e emoção no Largo do Rosário

 A noite de sábado, 12 de julho, entrou para a história de Paracatu como um bordado de emoções, vozes e sabores. Era o encerramento do 20º Festival da Música Brasileira, dentro da programação do Festival do Patrimônio Cultural, e o Largo do Rosário, mais uma vez, foi o coração pulsante de uma cidade que canta, cozinha, dança e se reconhece em sua própria arte.

Homenagem

Mas a noite não era só de competição, era de gratidão. Subiram ao palco aqueles que, tijolo por tijolo, construíram, ao longo dos anos, a história do Festival de Música em Paracatu.

Receberam homenagens merecidas, entre aplausos e olhos marejados, aqueles que mantêm viva, há duas décadas, a chama que aquece o coração da cidade. Ali, cada homenagem era também um abraço em forma de canção.

Festival da Música Brasileira

No palco, a música fez sua despedida em grande estilo. A final do Festival da Música Brasileira foi mais que uma disputa: foi uma celebração coletiva da diversidade sonora que nos habita. “Tempo de Criança”, vencedora da noite, conquistou não só o troféu de primeiro lugar, mas também os prêmios de Melhor Letra e Melhor Intérprete, nas vozes doces e firmes de Ana Luiza e Thomas Howard. “Partido”, “Conseiêro de Deus”, “Viola, Minha Estrada, Meu Guião” e “Prece ao Rio” completaram o pódio com composições que tocaram fundo a alma do público.

E como toda grande festa precisa de sabor, os prêmios do Tour Gastronômico 2025 – Categoria Bares e Similares também encontraram seus destinos. O Santo Café levou os títulos de Melhor Prato e Melhor Atendimento, com o sugestivo e saboroso “Eita Gota Serena”. O Alfredo Burguer e o Barroco Sushi Grill também subiram ao pódio, enquanto o voto popular consagrou a tradicional Jantinha Net, lembrando que o paladar do povo é soberano.

VENCEDORES DO 20º FESTIVAL DA MÚSICA BRASILEIRA – PARACATU 2025

Classificação Geral

1º lugar: Tempo de Criança
2º lugar: Partido
3º lugar: Conseiêro de Deus
4º lugar: Viola, Minha Estrada, Meu Guião
5º lugar: Prece ao Rio

Destaques Especiais
Melhor Letra: Tempo de Criança
Melhor Intérprete: Ana Luiza e Thomas Howard (Tempo de Criança)

VENCEDORES DO TOUR GASTRONÔMICO 2025 – CATEGORIA BARES E SIMILARES

Melhor Prato – Júri Técnico

1º lugar: Santo Café – Eita Gota Serena
2º lugar: Alfredo Burguer – Nordestino Burguer
3º lugar: Barroco Sushi Grill – Tropicália

Melhor Atendimento

1º lugar: Santo Café
2º lugar: Alfredo Burguer
3º lugar: Hamburgueria do Sheriff

Melhor Prato – Voto Popular
Jantinha Net

Na sequência, a força feminina do grupo As Januárias fez o chão do Largo do Rosário tremer em forró e xote, embalando corpos e corações numa dança ancestral de pertencimento. Com identidade e carisma, elas deram à noite o calor que o sertão conhece bem.

E como se ainda houvesse mais emoção a ser vivida, Fernanda Rabelo, no palco alternativo, encantou a plateia com sua presença vigorosa e brasilidade arrebatadora, encerrando com brilho a programação do dia.

Foi uma noite para guardar, como se guarda uma carta antiga, um cheiro bom ou uma canção que nunca envelhece. Foram vinte anos de festival da música, vinte anos de encontros, de lutas, de arte, de resistência e, acima de tudo, de celebração àquilo que nos faz únicos.

Paracatu, mais uma vez, nos lembrou: cultura é raiz e é voo. É memória, e é agora.

Realização

A realização é da Adesp, com apoio da Prefeitura de Paracatu, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com o SEBRAE e com patrocínio da Kinross, por meio da Lei Rouanet, além de diversas instituições de ensino, arte e cultura.

Reflexão: os festivais como espelhos do Brasil

Encerrando essa celebração, é impossível não refletir sobre o papel dos grandes festivais na história da música brasileira. Mais do que eventos culturais, eles são espaços de expressão, resistência e transformação.

Festivais históricos como o FIC (Festival Internacional da Canção) e o Festival da MPB, realizados durante os anos da ditadura militar, tornaram-se verdadeiros palcos de liberdade, onde a juventude ousava cantar o que o regime tentava calar. Foram noites de vaias e aplausos, de embates políticos e artísticos, que revelaram nomes como Chico Buarque, Elis Regina, Gilberto Gil e Caetano Veloso, artistas que mudaram os rumos da música nacional.

Ao longo do tempo, os festivais se reinventaram. Continuam sendo importantes plataformas para artistas consagrados, mas também berços para novos talentos. São a vitrine viva da nossa diversidade cultural, reunindo ritmos, vozes e narrativas que formam a alma brasileira.

Como disse um poeta:
“A música brasileira se fortalece nos festivais, um palco para a diversidade e a criatividade.”

Que venham muitos outros palcos, muitas outras canções.
E que Paracatu siga sendo parte viva dessa história.

Domingo: 13/07/2025