Minas Gerais abre mais de 286 mil empresas no primeiro semestre de 2025

Saldo positivo confirma dinamismo do empreendedorismo mineiro, mas alta de 17% nos encerramentos alerta para sustentabilidade dos negócios
O empreendedorismo em Minas Gerais apresentou crescimento moderado no primeiro semestre de 2025, com manutenção de saldo positivo entre empresas abertas e encerradas. De janeiro a junho, foram 286.923 novos registros de CNPJ, frente a 168.053 fechamentos, resultando em um saldo positivo de 118.870 empresas, crescimento de 30,86% em relação ao período anterior.
Belo Horizonte (53.060), Uberlândia (16.389), Contagem (12.243), Juiz de Fora (8.811) e Betim (7.515) lideram o ranking de cidades com mais empresas abertas. O setor de Serviços continua sendo o motor da economia mineira, com 167.884 novas empresas (59% do total), principalmente de atividades relacionadas à promoção de vendas, salões de beleza – cabeleireiros, manicure e pedicure, serviços administrativos e transporte de cargas.
O bom desempenho confirma o estado como um dos principais polos empreendedores do Brasil, mas também traz um alerta em relação ao volume de empresas encerradas, que cresceu 17,3% na comparação com 2024, indicando que a sustentabilidade dos negócios ainda é um desafio.
“A alta nos fechamentos mostra que abrir empresa é apenas o primeiro passo. Muitos empreendedores ainda enfrentam dificuldades no planejamento, na gestão, no acesso a crédito, na adaptação ao mercado e na inovação. Por isso é importante que os donos de negócios busquem apoio qualificado para os auxiliar nessa jornada empreendedora”, explica a analista do Sebrae Minas Juliana Viana Martins.
Pequenos negócios sentem o impacto
As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) registraram saldo positivo no primeiro semestre de 2025, mas menor que no ano passado. Foram 59.344 aberturas e 47.439 fechamentos, gerando saldo de 11.905 empresas, queda de 43,1% em relação à 2024.
O setor de serviços contou com 38.159 MPEs abertas. Entretanto, o fechamento subiu 54,23% em relação ao mesmo período do ano anterior. O saldo líquido caiu 11%, mostrando uma desaceleração dos negócios. Comércio e Indústria tiveram saldo negativo, com mais fechamentos que aberturas.
Perspectivas
O primeiro semestre de 2025 foi marcado por uma combinação complexa de indicadores econômicos. Mesmo com os desafios macroeconômicos, como juros elevados, inflação acima da meta e baixo dinamismo do PIB, os empreendedores mineiros revelaram capacidade de adaptação e uma retomada moderada da confiança ao longo do semestre. O Índice de Confiança dos Pequenos Negócios (ISCON), elaborado pelo Sebrae Minas, apontou retrações nos meses de fevereiro e abril, mas mostrou sinais consistentes de recuperação a partir de maio.
“As expectativas para o segundo semestre dependem de fatores como redução dos juros, estabilidade inflacionária e fortalecimento de políticas de apoio às MPE. O cenário macroeconômico impõe desafios adicionais, especialmente em Minas Gerais. O reajuste de 7,36% na tarifa de energia elétrica, em vigor desde maio, aumenta os custos operacionais das empresas, afetando diretamente a margem de pequenos negócios. Além disso, o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos mineiros, como café, carne bovina, frutas e pedras, podem impactar direta e indiretamente os setores”, explica Juliana.
Inteligência Sebrae
O Inteligência Sebrae é um observatório de dados, estudos e pesquisas sobre pequenos negócios. Reúne diversos conteúdos socioeconômicos, setoriais e territoriais, que podem ampliar os conhecimentos e embasar a tomada de decisões. É destinado a gestores públicos, lideranças locais, entidades empresariais e todos que necessitam de informações relevantes referentes a desenvolvimento econômico e social dos territórios e dinâmica dos pequenos negócios. O site reúne conhecimentos em nível nacional, estadual, regional e municipal, sendo possível comparar, analisar e entender melhor o território.
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