Em pleno século XXI o Brasil é nº1 em mensagens de ódio a LGBTQIA+ nas redes

O dia 28 de junho é marcado por comemorar o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Essa data marca a Revolta de Stonewall, em que frequentadores do Bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, no ano de 1969, se rebelaram contra a opressão policial que frequentemente ocorria no local.

Brasil é nº1 em mensagens de ódio a LGBTQIA+

O Brasil, entretanto, vive uma realidade dicotômica: São Paulo recebe até hoje a maior parada do mundo, com mais de 3 milhões de pessoas. Por outro lado, o país é o campeão de assassinatos e crimes de ódio contra a população homossexual. Mais da metade dos crimes homotransfóbicos do mundo ocorrem no Brasil.

Mensagens de ódio contra a comunidade LGBTQIA+ nas redes sociais vêm ganhando cada vez mais espaço. O volume de mensagens negativas aumentou quase 9,4% nos últimos quatro anos, enquanto as positivas caíram 41,25%.

Segundo pesquisa Deep Digital LLYC o Brasil possui 37,67% do volume de mensagens de ódio a LGBTQIA+, esse número revela que somos o país com mais interações de ódio ao grupo.

A pesquisa monitorou ao longo de quatro anos as mensagens de apoio e ódio contra a comunidade LGBTQIA+ nas redes sociais.

No Brasil, teve um decréscimo de 46,24% nas manifestações nas redes sociais em pró das pautas LGBT+, enquanto a comunidade opositora registrou um aumento de 13,16%.

O levantamento analisou as redes sociais de doze países, dez países nas Américas, Estados Unidos, Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Panamá e República Dominicana e dois na Europa, Espanha e Portugal.

Na analise de país por país, a maioria das mensagens promotoras vem dos Estados Unidos (69,08%) quanto ao volume da população promotora. Em seguida, os países que mais contribuem com o volume da conversa promotora global são Espanha (12,62%) e México (5,70%). Quanto aos opositores, o Brasil lidera (37,67%), seguido pelos Estados Unidos (34,71%) e Espanha (11,23%).

Importante iniciativa do Governo Federal

foto da internet
Prédios públicos em Brasília iluminados com as cores da bandeira LGBTQIA+

Em cerimônia realizada pela primeira vez no Palácio do Planalto ontem (27/06), em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP++, o governo federal lançou um conjunto de iniciativas para promoção e defesa dos direitos das pessoas da comunidade. O dia do orgulho é comemorado mundialmente hoje quarta-feira (28).

As ações foram anunciadas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e pelo Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ (CNLGBTQIA+). Os ministérios das Mulheres, da Justiça e Segurança Pública, e da Cultura também colaboram com o pacote, e também estiveram no evento. Ao final, o Palácio do Planalto e outros prédios públicos da Esplanada foram iluminados com as cores da bandeira LGBTQIAP+.

Medidas anunciadas

Dentre as ações lançadas está o pacto com “10 compromissos para proteção de Direitos das Pessoas LGBTQIA+” que foi firmado entre órgãos federais e empresas de aplicativos de transporte. Nele está previsto que os aplicativos disponibilize campos especiais para relatar atos de discriminação, além de protocolos de suporte a vítimas de LGBTfobia.

Também estão previstas a realização de campanhas contra conteúdos LGBTfóbicos, incitação à violência e ao discurso de ódio com essas plataformas que estiveram presentes no evento (Uber, 99 e Buser).

Outra medida é o lançamento de uma cartilha com informações para enfrentar a violência contra mulheres LGBTs pelo Ministério das Mulheres, além de um selo dos Correios em homenagem ao “Orgulho LGBTQIA+”, sugerido deputada federal Erika Hilton.

Também será lançado o primeiro edital de investimento social do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) para seleção de projeto e inclusão da comunidade trans e travesti no meio digital e chamamento para boas práticas de empregabilidade de pessoas LGBTQIA+. O nome do edital é “Agora”, para sinalizar a urgência da ação.

Todos tem o direito de ser exatamente como é!

 

Trechos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

 “Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, à igual proteção da lei. Todos têm direito à igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.”

“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.”

 

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