Editorial – A cidade fala: ouça o que ela tem a dizer

 Editorial – A cidade fala: ouça o que ela tem a dizer

O chão que você pisa tem história. Os espaços que você ocupa têm donos: todos nós. Cuidar da cidade é respeitar quem limpa, quem passa e quem vem de fora para admirar o que temos de melhor.

Manter a cidade limpa vai muito além da estética. É um compromisso com o bem-estar coletivo, com a saúde pública e com o respeito ao próximo. Paracatu, como toda cidade que se preza, deve ser tratada com o mesmo cuidado e atenção que damos ao nosso próprio lar.

Espaços públicos

Praças, canteiros de avenidas, calçadas e áreas de lazer pertencem a todos. São lugares de encontro, descanso, trabalho e convivência. É legítimo que empreendedores, pequenos comerciantes e moradores os utilizem, por exemplo, para montar tendas de venda de alimentos, churrascos ou coco verde. Agora, no entanto, tem se tornado comum o uso das calçadas como estacionamento. Alguns ocupam diariamente, outros apenas nos fins de semana.

O problema é que muitas dessas estruturas permanecem nos locais durante toda a semana, mesmo quando utilizadas só aos fins de semana. Placas de propaganda também se acumulam em áreas que deveriam estar livres e limpas. Além disso, é comum encontrar resíduos deixados para trás: cascas de coco, cocos vazios, garrafas long neck, carvão, embalagens, caixas e outros materiais, como se houvesse sempre alguém encarregado de limpar depois.

E, de fato, há: os garis. São esses profissionais que, ao nascer do dia, enfrentam o que muitos deixam para trás, o lixo, o descuido, o desrespeito. Mas essa tarefa não deveria ser só deles. Manter a cidade limpa é uma responsabilidade compartilhada. Cidadania se pratica todos os dias, no cuidado com o que é de todos. É preciso entender que o espaço público não é uma extensão da propriedade privada, mas um bem comum que merece zelo constante.

Outro exemplo frequente de desrespeito ao uso do bem coletivo é a ocupação irregular das calçadas por proprietários de estabelecimentos comerciais. Essa prática compromete a mobilidade dos pedestres, especialmente pessoas com deficiência, idosos e mães com carrinhos de bebê. Também causa transtornos no fluxo das vias. Calçada não é estacionamento, nem área de estoque. É passagem, e precisa estar desimpedida para que todos possam usá-la sem serem forçados a andar pela rua, correndo risco de acidentes.

Vale lembrar que Paracatu é uma cidade que atrai turistas, especialmente em épocas de festas tradicionais, eventos culturais e feriados prolongados. O que os visitantes esperam, além da história e da hospitalidade, é uma cidade limpa, bem cuidada, organizada e acolhedora. A primeira impressão conta, e ninguém se encanta com o que está sujo, desleixado ou maltratado.

Chega de esperar que os outros façam o que é dever de todos. Cada um deve fazer a sua parte. Respeite os espaços públicos, cuide do que é de todos e ajude a fazer de Paracatu um motivo de orgulho, para quem mora aqui e para quem vem nos visitar.

Simples assim: usou, limpou. Montou, desmontou. Sujou, recolheu.

Ouça a cidade. Ela fala com ações, não com palavras. E está pedindo respeito.

Fotos enviadas por um leitor.

 

 

 

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O Lábaro

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