Entregas reforçam estratégia do governo para reduzir a dependência externa e ampliar a produção nacional de medicamentos ofertados pelo SUS. Mais 4,7 milhões de unidades serão entregues até dezembro
| Foto em destaque: Com a transferência de tecnologia do medicamento para o laboratório público de Bio-Manguinhos (Fiocruz), o produto passará a ter produção nacional -Foto: Rafael Nascimento/MS |
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O Governo do Brasil recebeu, nesta segunda-feira, 17 de novembro, 2,1 milhões de unidades de insulina glargina para ampliar o abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento de pessoas com diabetes tipo 1 e 2. A entrega representa um passo importante na estratégia de fortalecimento da produção nacional de medicamentos, reduzindo a dependência do mercado externo. Até o fim do ano, mais 4,7 milhões de unidades do medicamento chegarão ao Ministério da Saúde.
Isso é parte de uma política do Governo Federal de usar o poder de compra do SUS para aumentar o desenvolvimento industrial brasileiro, a fim de garantir medicamentos gratuitos e assistência farmacêutica à população”
Alexandre Padilha, ministro da Saúde
Este primeiro lote foi adquirido por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), mecanismo criado para ampliar o acesso a medicamentos. Com a transferência da tecnologia para o laboratório público de Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a insulina passará a ser produzida no Brasil, com a produção viabilizada pela empresa nacional de biotecnologia Biomm. Atualmente, a tecnologia pertence à farmacêutica chinesa Gan&Lee.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a iniciativa reforça o papel do SUS na garantia de acesso e fortalece a soberania sanitária do país. “Uma grande parceria que traz garantia e segurança para os pacientes que têm diabetes. Isso é parte de uma política do Governo Federal de usar o poder de compra do SUS para aumentar o desenvolvimento industrial brasileiro, a fim de garantir medicamentos gratuitos e assistência farmacêutica à população”, afirmou.
INVESTIMENTO — O investimento do Governo do Brasil para as aquisições em 2025 foi de R$ 131,8 milhões. A ação integra as iniciativas do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), promovendo inovação e reduzindo a dependência externa.
AÇÃO INÉDITA — Em uma ação inédita na América Latina, o projeto de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) também contempla a produção nacional do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), componente principal do medicamento. A fabricação ocorrerá na unidade da Fiocruz no Ceará, referência em pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas, biofármacos e terapias avançadas destinadas prioritariamente ao SUS.
Para viabilizar essa autonomia, o investimento do Governo do Brasil é de R$ 510 milhões, por meio do Novo PAC. Ao final do processo, o país terá domínio completo de todas as etapas de produção, garantindo maior estabilidade no fornecimento do medicamento aos usuários do SUS e impulsionando o desenvolvimento tecnológico no país.
Mario Moreira, presidente da Fiocruz, destacou o impacto da entrega. “Essa primeira entrega tem um simbolismo muito grande. É a ciência e tecnologia a favor do fortalecimento do SUS e diminuindo a dependência do mercado externo para a produção de medicamentos no país. Com isso, temos mais soberania, geração de emprego e ampliação do acesso ao tratamento para milhões de brasileiros”, disse.
DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO — As Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) ampliam o acesso da população a medicamentos, vacinas e insumos em saúde. O modelo une instituições públicas e empresas privadas para transferência e domínio da tecnologia necessária à produção nacional do medicamento e do IFA.
70 MILHÕES DE UNIDADES — No caso da insulina glargina, a transferência de tecnologia entre a farmacêutica Gan&Lee e a Biomm começou após a primeira compra do medicamento, realizada no fim de outubro deste ano. A previsão é atingir a produção anual de cerca de 70 milhões de unidades por ano. O projeto também prevê etapas como embalagem, controle de qualidade e fabricação do produto acabado no Brasil, permitindo a produção integral do medicamento que será distribuído pelo SUS.
OUTROS TIPOS DE INSULINA — Além da insulina glargina, o Governo brasileiro também firmou parceria para a produção de insulinas NPH e Regular, em frascos e tubetes. O acordo envolve a farmacêutica indiana Wockhardt, o laboratório público Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a empresa brasileira Biomm. A transferência de tecnologia já começou, com 710.356 unidades entregues. A expectativa é atingir a produção de 8 milhões de unidades até 2026, com R$ 142 milhões em investimentos federais.
TRATAMENTO INTEGRAL — O SUS garante assistência integral às pessoas com diabetes, que inclui diagnóstico, monitoramento e tratamento conforme o quadro clínico de cada paciente. A porta de entrada é a Atenção Primária à Saúde, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS). O acompanhamento é contínuo e realizado por equipes multiprofissionais. Atualmente, o SUS oferece quatro tipos de insulina: humanas NPH e Regular, e análogas de ação rápida e prolongada, além de medicamentos orais para o tratamento do diabetes mellitus.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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