Agricultores do Noroeste de Minas recebem autorização da União Europeia para exportar Castanha de Baru

 Agricultores do Noroeste de Minas recebem autorização da União Europeia para exportar Castanha de Baru

Abertura é um marco importante para fortalecer a bioeconomia brasileira, em especial, para os produtos nativos do Cerrado

A União Europeia anunciou, nesta terça-feira (8/7), a autorização para exportações de castanhas torradas de baru, do Brasil, aos países membros do bloco. O fruto, originário do Cerrado, é o principal produto beneficiado e comercializado pela Cooperativa da Agricultura Familiar (Copabase), com sede na cidade de Arinos, no Noroeste de Minas Gerais. A expectativa é que o “superalimento”, por seu alto teor nutricional, chegue ao mercado europeu em breve.

A abertura é um marco importante para fortalecer a bioeconomia brasileira, e valorizar produtos nativos do Cerrado no mercado internacional. “Esta aprovação terá um impacto direto no crescimento socioeconômico das comunidades extrativistas, no incentivo à conservação do meio ambiente, e valorização de produtos sustentáveis do bioma”, avalia o consultor do Sebrae Minas Naji Harb, responsável pelo trabalho de internacionalização do fruto junto à Copabase.

Para a gestora da cooperativa, Dionete Figueiredo, os produtores familiares da região estão muito felizes com a autorização, tendo em vista que a exportação de baru tem potencial crescente nos mercados de alimentos funcionais e naturais. “A barreira que existia para exportarmos para a Europa foi superada. Acreditamos que teremos um impulso importante na geração de renda das famílias envolvidas na cadeia do baru”, celebra.

Ampliação de mercado

Embora a castanha de baru não seja totalmente conhecida fora e, até mesmo, dentro do Brasil, o fruto tem conquistado novos clientes. Atualmente, o baru da Copabase pode ser encontrado em supermercados do Grupo Carrefour, de Brasília e de São Paulo, e já foi exportado para os Estados Unidos, Canadá e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Ainda de acordo com Dionete Figueiredo, a cooperativa já participou de feiras e eventos, apresentando o baru para degustação na Alemanha e na França. “Temos vários contatos com potenciais clientes em alguns países da Europa. A expectativa é muito boa para, enfim, podermos deslanchar e fechar bons negócios com o mercado europeu”, destaca.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a União Europeia é o segundo maior comprador de produtos agropecuários brasileiros. Em 2024, o bloco, formado por 27 países, importou cerca de US$ 23 bilhões do Brasil, com destaque para soja, café e produtos florestais.

Sociobioeconomia

Com apoio do Sebrae Minas, Fundação Banco do Brasil e outros parceiros, a Copabase estimula o fortalecimento da economia local, a promoção e a valorização da sociobioeconomia do Cerrado Mineiro – conceito que reconhece o modelo das comunidades tradicionais para gerar renda e, ao mesmo tempo, fortalecer a biodiversidade.

Por ano, cerca de 15 toneladas de castanhas de baru são beneficiadas e comercializadas pela Copabase, gerando trabalho e renda para 70 produtores associados, e, aproximadamente, 300 famílias envolvidas com a cadeia produtiva do fruto no Vale do Urucuia e na Região do Grande Sertão Veredas. Um processo que se inicia, essencialmente, na coleta pelos extrativistas.

Rico em diversas propriedades nutricionais e até mesmo afrodisíacas, o baru pode ser usado em diversas receitas culinárias. O produto é reconhecido como um superfood 100% brasileiro – que dispõe de uma grande quantidade de nutrientes e poucas calorias.

Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Noroeste e Alto Paranaíba

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