A CORTINA

Fase por fase, a vida vai nos apresentando as faces do que nos espera na nossa caminhada.   Um dia uma perspectiva estimulante, noutro, ambiente nebuloso e sombrio, manhãs tristes, momentos de choro, tardes entusiasmadas, festas, badalações.   Nossa cabeça (mente) tem de se preparar para suportar essa verdadeira maratona de metamorfoses.   Pelo simples fato de sermos capazes de pensar não temos como fugir dessa realidade, estamos sempre mudando de fase, ora para melhor, ora para enfrentarmos perrengues e sofrimentos.   À nossa frente surgem a todo o momento incontáveis janelas, frestas, passagens, paisagens, diversos são os tamanhos e formas, necessário sermos observadores, nem sempre as maiores e mais convidativas aberturas asseguram acesso aos melhores rumos.   Observar a nossa frente, começando pelas CORTINAS, chegar de mansinho, avaliar sem pressa o que pode haver do outro lado, nunca mergulhar de cabeça aventurando nos espaços escuros, afastar levemente a CORTINA de forma a fazermos as melhores escolhas.   Ninguém pula as fases que a vida lhe prepara ou impõe, no entanto, em alguns casos se formos observadores podemos alterar nossa rota, haverá sempre à frente das passagens que surgirem ao menos uma CORTINA que marca uma porta de entrada, que determinará um rumo (norte), mas podemos escolher antes de transpor uma ou outra passagem, a CORTINA é o ponto de encontro com a reflexão, o marco que separa e seleciona os cautelosos dos incautos.   Nunca fui de acreditar em sorte, de repente não conseguimos mudar o destino se é que ele exista, mas creio que se respeitarmos as barreiras marcadas pelas inúmeras CORTINAS, com cautela, poderemos fazer opções e buscar as travessias mais vantajosas, assim procedendo, certamente, aumentaremos consideravelmente as chances de sermos mais felizes nessa vida.

Miguel Francisco do Sêrro – Historiador/Advogado

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