Cemig alerta para aumento dos acidentes elétricos no país e reforça cuidados nas residências

 Cemig alerta para aumento dos acidentes elétricos no país e reforça cuidados nas residências
Dados da Abracopel mostram crescimento nos acidentes elétricos no Brasil, com incêndios em residências seguindo em alta e exigindo atenção redobrada das pessoas
O Brasil registrou 1.168 acidentes de origem elétrica no primeiro semestre de 2025, alta de 7,5% em relação ao mesmo período de 2024, conforme dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). Apesar do aumento, a boa notícia é que as mortes provocadas por choque elétrico apresentaram queda expressiva, passando de 448 para 388 no período, uma redução de 13,39%.
Em Minas Gerais, o estudo registra 110 acidentes de origem elétrica no semestre, com 17 mortes, todas decorrentes de choque. O estado também apresentou crescimento nos incêndios relacionados à eletricidade, ficando em segundo lugar no ranking nacional. Nenhum desses incêndios resultou em vítimas fatais.
O gerente de Saúde e Segurança Corporativa da Cemig, José Firmo do Carmo Júnior, destaca que o dado reforça uma lição importante: prevenção funciona quando é contínua. “A redução das mortes por choque elétrico mostra que quando a população recebe orientação e adota pequenas mudanças de hábito, vidas são preservadas. O desafio agora é ampliar essa cultura de cuidado dentro das residências, onde os riscos nem sempre são visíveis”, afirma.
Onde os acidentes acontecem – O levantamento mostra que dois ambientes seguem concentrando a maior parte das ocorrências no Brasil: as redes aéreas e as residências. Nas redes aéreas, foram contabilizadas 194 ocorrências e 123 mortes, o menor índice dos últimos quatro anos. Em 2024, a Abracopel contabilizou 217 acidentes e 142 óbitos
Dentro das casas, a redução também foi significativa. Neste ano, foram 107 acidentes e 76 mortes no primeiro semestre de 2025. Já no ano passado, foram 163 ocorrências e 143 óbitos. Porém, apesar dessa diminuição há uma preocupação crescente: os incêndios provocados por falhas elétricas na rede interna das residências continuam subindo.
Sobrecarga doméstica e instalações envelhecidas ampliam riscos – As residências permanecem como o principal foco dos incêndios de origem elétrica, bem como o local onde ocorre a maior parte das mortes. Em 2025, dos 632 incêndios, 302 ocorreram em residências e 20 das 21 mortes também aconteceram nesses locais. No ano passado, dos 467 incêndios registrados, 213 ocorreram dentro de moradias e 13 das 15 vítimas fatais estavam nesses ambientes.
De acordo com o estudo da Abracopel a causa mais frequente é a mesma há anos: instalações internas antigas, sem manutenção, somadas ao uso crescente de equipamentos elétricos de maior potência, como fritadeiras elétricas, micro-ondas, ar-condicionado, aquecedores e chuveiros de alta vazão. Ligações improvisadas, benjamins, “Ts” e sobrecarga de tomadas funcionam como gatilhos para acidentes que poderiam ser evitados.
Cultura de prevenção – José Firmo do Carmo Júnior reforça que a população precisa estar sempre atenta para evitar acidentes com a rede elétrica.  “A energia elétrica faz parte do nosso cotidiano e, muitas vezes, os riscos são subestimados. Uma instalação sem revisão, uma tomada sobrecarregada ou o uso de equipamentos elétricos com o corpo molhado e sem um calcado adequado podem resultar em acidentes graves. Mesmo quando não levam à morte, esses acidentes podem deixar sequelas, algumas delas, até mesmo irreversíveis. Segurança no uso da energia elétrica não é um ato pontual. É um hábito”, afirma.
Uma das principais recomendações é instalar o Dispositivo Diferencial Residual (DR). Ele desliga a energia automaticamente quando percebe que está ocorrendo problemas com a rede elétrica, evitando choques elétricos graves e até incêndios. Desde 1997, as normas brasileiras exigem o uso do DR em locais como banheiros, cozinhas, áreas de serviço e garagens.  Mesmo assim, muita gente ainda não utiliza esse equipamento devido ao desconhecimento ou não entendimento quanto a sua importância.
Além disso, a Cemig orienta que serviços elétricos sejam realizados apenas por profissionais qualificados e que instalações internas sejam avaliadas periodicamente, especialmente em imóveis antigos ou que passaram por aumento no consumo de energia nos últimos anos.
Outro ponto de atenção fundamental é em obras de reforma ou construção. Os profissionais devem observar a distância segura de 1,50 metros em relação aos cabos da rede elétrica. Nesses casos, não é necessário haver contato direto para que o acidente aconteça. A simples aproximação de objetos, como barras metálicas, escadas, trilhos, rolo de pintura ou ferramentas longas, pode provocar uma descarga elétrica.
De acordo com José Firmo do Carmo Júnior, é essencial que seja realizada a análise de riscos antes do início da atividade. “A eletricidade mata sem aviso e sem que seja preciso contato direto com a rede. Por isso, avalie todos os riscos, planeje antes de executar e tenha muita atenção pois, são elas suas primeiras ferramentas de segurança,” alerta.
Crédito da foto: Cemig Divulgação

Sugestão de legenda: Fios antigos e o uso excessivo de multiplicadores de tomadas aumentam o risco de acidentes elétricos.

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Fonte: Geziane Calixto, técnica de Segurança do Trabalho da Cemig

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