Regenerar o mundo, reencantar o futuro
Cultura, sustentabilidade e pertencimento marcaram o encerramento do 2º Seminário de Economia da Cultura de Paracatu, que propôs um mergulho poético e ético nas possibilidades de um futuro compartilhado
No dia 5 de novembro, Paracatu viveu o encerramento de um encontro que uniu reflexão, arte e esperança. O 2º Seminário de Economia da Cultura finalizou sua programação sob o tema “Regeneração, sustentabilidade e reencantamento do mundo”, propondo um mergulho ético e poético na cultura como fonte de futuro e pertencimento.
Durante os três dias, o seminário foi palco de vivências, trocas e descobertas. Oficinas de Okedama, conduzidas por Edneusa e Cláudia Nascimento, e a oficina de imas, abriram caminhos para o contato sensível com a natureza e o fazer manual. No Encontro Temático “Jogo da Colaboração”, Simone Catalan, fluxonomista, convidou o público a experimentar novas formas de construir junto. Já o segundo encontro, “Cuidado Ativo e Genuíno: a Preservação da Vida”, com Kátia Lourenço (Grupontapé de Teatro) e o SESMT da Kinross, reforçou a importância de uma ética do cuidado como base da sustentabilidade humana.
No começo da noite, os sabores da cidade também se encontraram: a degustação “Sabores de Paracatu” celebrou os produtos locais, temperados com afeto e identidade. Logo após, a Lyra Paracatuense apresentou uma demonstração técnica de leitura e regência, mantendo viva a tradição musical que ecoa pelas ruas históricas.
A programação seguiu com o painel “Potências do Território”, que destacou o papel da COPABASE e do cooperativismo como práticas de pertencimento e sustentabilidade econômica.
Entre as vozes que marcaram o evento, esteve a do historiador e escritor Jorge Caldeira, que apresentou a palestra magna “A Regeneração como Projeto para o Brasil.” Em sua fala, Caldeira propôs um olhar sobre a cultura como motor de transformação social e econômica, uma força capaz de regenerar o país a partir do reconhecimento de seu patrimônio e de sua criatividade. Para ele, a economia da cultura é mais que um setor: é o alicerce de um futuro compartilhado, onde pertencimento e identidade se tornam políticas de esperança.
Outro momento inspirador foi o painel “Os Caminhos da Regeneração”, com Simone Catalan, Géssica da Silva dos Santos, Victor Hugo Oliveira Dias e Regina Amorim. Cada fala revelou que regenerar é mais que restaurar, é reinventar a vida, religar os laços entre pessoas, território e natureza.
Encerrando o ciclo de reflexões, a futurista Lala Deheinzelin trouxe a palestra “Entre o Colapso e o Encantamento: o Futuro Está em Nossas Mãos.” Com sua abordagem da Fluxonomia 4D, Lala mostrou que o futuro é tecido agora, nas escolhas cotidianas que fazemos. Entre as crises e as possibilidades, há sempre um espaço para o encantamento — aquele que nasce quando colaboramos e criamos novos modos de existir.
Assim, o 2º Seminário de Economia da Cultura de Paracatu encerrou-se em tom de celebração e compromisso. Cultura, sustentabilidade e regeneração deixaram de ser conceitos para se tornarem caminhos possíveis, onde o fazer artístico e o pensamento coletivo se unem para redesenhar o amanhã.
O evento foi uma realização da Guiastur, com patrocínio da Kinross e apoio institucional do Sebrae, Mais Turismo, IFTM, Academia de Letras do Noroeste de Minas e do Grupo Balaio do Cerrado.



































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