Caged Minas Gerais: pequenos negócios registram 80% do total de novos empregos gerados em junho

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Microempresas e empresas de pequeno porte garantem ao estado a segunda colocação na geração de novos postos de trabalhos no Brasil
Segundo levantamento realizado pelo Sebrae Minas, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Minas Gerais registrou 24.228 novos postos de trabalho em junho, aumento de 15,2% em relação ao mês anterior. O resultado é a diferença de 237.555 admissões e 213.327 desligamentos. O estado mantém a segunda posição na geração de empregos formais no país, ficando atrás de São Paulo.
As micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por 80,4% do total de novos empregos gerados, totalizando 19.476 contratações – segundo maior saldo no ano, com avanço de 8,2% em relação ao mês de maio, terceira alta consecutiva. As médias e grandes empresas (MGE) registraram saldo positivo de 4.734 vagas – 18,5% do total de contratações.
O saldo de vagas nas MPE foi positivo em todos os setores avaliados, com destaque para Agropecuária (9.491), Serviços (4.267) e Comércio (2.245). As atividades econômicas que se destacaram foram cultivo de café (5.558), cultivo de alho (2.141), atividades de apoio à agricultura (435), comércio atacadista de alimentos (419) e supermercados (376).
O perfil dos trabalhadores contratados pelos pequenos negócios é de jovens (28,8%), na faixa etária de 18 a 24 anos, e possuem ensino médio completo (64,7%). 63,2% das vagas foram ocupadas por homens e 36,8% por mulheres. O salário médio de admissão foi de R$ 1.995,19, valor R$ 51,16 abaixo do salário médio de demissão (R$ 2.046,35).
Primeiro Semestre
Atualmente, Minas Gerais conta com um estoque de 4.950.087 empregos formais, sendo que 56,3% desse total estão concentrados em MPE (2.788.660). Considerando os seis primeiros meses de 2025, os pequenos negócios foram responsáveis por 65,5% dos novos postos de trabalho (97.766 empregos). Mesmo com saldo positivo, o valor é 12,4% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Na análise do mês de junho em relação ao mesmo mês de 2024, a retração na quantidade de novas vagas efetivadas foi de 7,9%, o que corrobora a tese de desaceleração do ritmo de contratações.
No acumulado do ano, os setores que lideraram as contratações foram Serviços (41.420), Agropecuária (28.985) e Indústria da Transformação (11.819). Os segmentos que mais admitiram trabalhadores no período foram cultivo de café (17.330), cultivo de alho (3.082), serviços administrativos (2.409), transporte rodoviário de carga (2.150) e construção de edifícios (1.910).
Contexto econômico e expectativa para os próximos meses
O mercado de trabalho formal em Minas Gerais segue apresentando saldo positivo entre admissões e desligamentos, registrando média mensal de criação de novas vagas acima de 20 mil. Nesse cenário, MPE mineiras permanecem como protagonistas na geração de empregos, sendo responsáveis por 80,4% dos novos postos criados no mês e 65,5% no primeiro semestre de 2025.
Mesmo com o resultado positivo, os sinais de moderação no ritmo de contratações continuam a surgir. Nas MPE, o saldo de novas vagas apresentou queda de 7,9% em junho frente ao mesmo mês do ano anterior, e recuo de 12,4% no acumulado semestral, em relação ao mesmo período de 2024, o que pode indicar maior cautela por parte dos empregadores diante de incertezas vigentes.
“O ambiente econômico segue marcado por um elevado grau de incertezas. Os efeitos da tensão comercial com os Estados Unidos, somados às indefinições fiscais – como as negociações em torno do IOF e a liberação de emendas parlamentares – aumentam os riscos e demandam constante acompanhamento. Esses fatores podem, em efeito cascata, encarecer o crédito, reduzir a capacidade financeira de diversas empresas e, consequentemente, impactar o varejo e pressionar os preços ao consumidor”, avalia a analista do Sebrae Minas Bárbara Castro.
Sobre o Caged
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), instituído pela Lei nº 4.923, de 23 de dezembro de 1965, foi criado como instrumento de acompanhamento e fiscalização mensal das admissões e dispensas de trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A partir de 1986 passou a ser utilizado como suporte ao pagamento do seguro-desemprego e, mais recentemente, tornou-se um relevante instrumento à reciclagem profissional e à recolocação do trabalhador no mercado de trabalho.
O cadastro constitui importante fonte de informação do mercado de trabalho de âmbito nacional e de periodicidade mensal. Desde janeiro de 2020, o uso do Sistema do CAGED foi substituído gradativamente pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Atualmente, todas as empresas estão obrigadas a declarar as movimentações por meio do eSocial.
Sobre Inteligência Sebrae
O Inteligência Sebrae é um observatório de dados, estudos e pesquisas sobre pequenos negócios. Reúne diversos conteúdos socioeconômicos, setoriais e territoriais, que podem ampliar os conhecimentos e embasar a tomada de decisões. É destinado a gestores públicos, lideranças locais, entidades empresariais e todos que necessitam de informações relevantes referentes a desenvolvimento econômico e social dos territórios e dinâmica dos pequenos negócios. O site reúne conhecimentos em nível nacional, estadual, regional e municipal, sendo possível comparar, analisar e entender melhor o território.
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