Fake news, até quando? 

“É nosso dever conscientizar a sociedade contra a LGBTQIA+fobia”, diz idealizador de Projeto, Paulinho Ferreira.

Diante da polêmica gerada pelo Projeto de Lei proposto pelo vereador Paulinho Ferreira na Câmara Municipal de Paracatu com vistas a combater a LGBTQIA+fobia no município e sensibilizar a sociedade como um todo, uma vez em que o referido segmento vem sofrendo agressões físicas e psicológicas, bem como dificuldades de inserção no mercado de trabalho, entre outras, fez-se necessária uma coletiva de imprensa.

Coletiva 

Mantendo a tradição de fomentar debates e/ou coletivas de imprensa sobre os dilemas da nossa sociedade, nesta sexta-feira, 11, a Câmara Municipal de Paracatu, por meio de seu Presidente, vereador Manoel Alves, e do vereador Paulinho Ferreira, recebeu a imprensa local para discorrer sobre o PL nº 54/2022, idealizado por este vereador, o qual “institui políticas públicas de assistência LGBTQIA+ de promoção de cidadania e enfrentamento à LGBTQIA+Fobia”.

Paulinho Ferreira ressaltou o fato de que no município de Paracatu há um número bem expressivo de pessoas que compõem a comunidade LGBTQIA+, motivo pelo qual necessitam de uma melhor representação enquanto cidadãos que exercem seus direitos civis, pagam impostos, buscam espaço no mercado de trabalho, nas universidades e/ou em qualquer outro segmento social. O principal objetivo do PL é, portanto, promover a igualdade e o respeito da comunidade LGBTQIA+ perante a sociedade paracatuense.

Não obstante a forte motivação do PL, o vereador Paulinho foi procurado por uma mulher, que “exigia” a imediata retirada do Projeto de circulação/trâmite, tendo, também, sofrido ameaças por grupos de whatsapp. Ora pois! Tamanho absurdo está acontecendo aqui em Paracatu simplesmente porque um vereador teve a sensibilidade, a sabedoria e a coragem de abordar um assunto tão importante, que é conscientização das pessoas em relação às necessidades de uma minoria específica. O Projeto prevê, acima de tudo, respeito aos direitos humanos, contribuindo assim para a eliminação do preconceito e da discriminação decorrentes de LGBTQIA+Fobia. O vereador comentou, a propósito, que entrou na Política com a consciência de que é preciso ter coragem para tais enfrentamentos.

Fake News 

A divulgação de notícias falsas, conhecidas como fake news, pode interferir negativamente em vários setores da sociedade, como na Política, na Saúde e na Segurança.

As fake news têm avassalado de forma cruel e covarde a nossa sociedade. No curso desta semana, se não bastasse o relatado acima, o vereador Paulinho Ferreira foi alvo de uma dessas fake news maldosas e com interpretações errôneas sobre o PL em questão. Em nenhuma parte do Projeto houve referência a ideologia de gênero ou a banheiros unissex, mas, lamentavelmente, pessoas que nem sequer o leram na íntegra, usaram de má-fé para passar informações falsas para a sociedade.

Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, cujas consequências podem ser desastrosas.

A TV Globo está exibindo atualmente a novela “Travessia”, que conta a estória de uma mulher que foi vítima de uma fake news.  A novela teve como pano de fundo o caso verídico e bastante divulgado à época do assassinato de uma dona de casa, Fabiane Maria de Jesus, após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014. A revolta dos moradores foi em virtude de informações publicadas em uma rede social, com um retrato falado de uma possível sequestradora de crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida com a criminosa e acabou sendo linchada por moradores.

Brasil 

O Brasil precisa começar a reverter séculos de políticas estruturais machistas, racistas e LGBTfóbicas.

Partindo da premissa de que gênero e sexualidade são dimensões diferentes que integram a identidade de cada indivíduo, entende-se que os serviços públicos e as políticas sociais devem reconhecer, respeitar e valorizar essas dimensões na elaboração de suas políticas públicas e estratégias de atendimento.

O Brasil é o país que mais mata pessoas da comunidade LGBTQIA+ no mundo.  

 Segundo o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o Brasil ocupa o primeiro lugar nas Américas em quantidade de homicídios de pessoas LGBTs e também é o líder em assassinato de pessoas ‘trans’ no mundo.

 

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O Lábaro

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