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Por Marcos Spagnuolo Souza
Fomos educados dentro do materialismo extremado onde tudo se resume ao espaço, tempo, matéria e corpo físico. Estas concepções foram e continuam sendo implantadas em nós fazendo-nos vivenciar unicamente o tridimensional. Não paramos para pensar que o corpo, sendo constituído de carne, não possui nenhuma autonomia ou potencialidade para gerar emoções, pensamentos ou desenvolver raciocínios reducionistas ou complexos.
A lógica mais simples nos indica que nossos pensamentos, sentimentos, emoções e racionalidade são agentes subjetivos que possuem origem nas estruturas subjetivas, ou seja, na estrutura egótica ou estrutura da consciência que denominamos Ser. Partindo do simples pensamento observamos que quando escutamos “Ave Maria” de Schubert; Bach ou de Gounod não é o corpo físico que ouve ou sente as emoções e sim uma estrutura subjetiva que acumula experiências ao longo dos anos e épocas. A carne não possui sensibilidade para diferenciar Schubert do compositor Bach.
A partir do momento em que começamos a diferenciar corpo material e estrutura subjetiva inicia-se um processo de percepção das estruturas mais sutis que governam a objetividade. Quando chegamos à conclusão que a “Ave Maria” de Bach não é escutada pelo corpo, mas vivenciada, admirada e sentida pela estrutura sutil penetramos diretamente no reino mágico da subjetividade. Passamos a ver o verdadeiro mundo governado por forças sutis.
Quando priorizamos a subjetividade aceitamos a concepção que o corpo físico é produto do ego individual e esse ego reflete as potencialidades do coletivo. Esse ser coletivo se manifesta no ego individual, no espaço, tempo e nas formas existentes na natureza. Podemos dizer que a natureza é a materialização do ego coletivo que inclusive alimentam os egos individuais. Temos duas dimensões que se complementam. Opondo-se as estruturas egóticas o Ser busca romper com todos os modelos que possuem forma e penetrar em reinos desconhecidos, iniciando assim uma nova etapa na evolução humana.
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