abr 29, 2016 Uldiceia Oliveira Riguetti Educação 0
Um dos personagens mais utilizados na cultura mundial é o Rei Artur. Ele está presente nas artes plásticas, na literatura, na televisão, cinema, teatro e em quadrinhos. Mas você já se perguntou de onde surgiu o mito do rei Artur? Ele existiu de verdade, ou é só fruto da imaginação folclórica e literária?
A existência de Artur nunca foi comprovada, mas há diversos vestígios deixados na história que confunde os historiadores.
Acredita-se, pelos menos nos mitos que ouvimos, que Artur reinou no momento em que os anglo-saxões estavam invadindo a Bretanha, e ele foi aquele que conseguiu unificar o território e ganhar a batalha. Historicamente, foi em 517, na batalha do Monte Badon, que os bretões conseguiram vencer definitivamente a guerra. Se Artur existiu, provavelmente é ali que ele se insere.
Outra teoria acredita que Artur poderia ter outro nome: Riothamus, versão latina do título bretão “Rigothamus”, que quer dizer rei supremo. Mas ele existiu em 470, um pouco antes do que se passa a história do Artur literário. O motivo de Riothamus ser associado a Artur é que alguns relatos da época fazem crer que esse poderia ser seu nome de batismo. Além disso, Riothamus participou de batalhas na Bretanha e lutou com os invasores anglo-saxões.
Na literatura
Quando falamos de literatura, a primeira vez que uma persona parecida com Artur foi citada, aconteceu no século 6º, 100 anos após a batalha do monte Badon. No livro “De Excedio et Conquestu Britanniae” (A Destruição Britânica e Sua Conquista), o monge Gildas reclama que a Bretanha esta dominada por saxões e clama por aquele que venceu a batalha de Badon. Mas nesse caso, o nome é Ambrósio Aurélio.
No século 9º, o monge Nennius na Historia Brittonum (História dos Bretões), traça a história de um líder que teve 12 vitórias sobre os saxões, finalizando com o Monte Abadon. A história de Nennius é baseada no texto de Gildas e em lendas celtas e galesas. Na mitologia celta, por exemplo, há lendas sobre um líder chamado Artur.
No século 12, especificamente em 1140, o clérigo Geoffrey de Monmouth, no livro Historia Regum Britanniae (História dos reis britânicos), traçou a genealogia de todos os reis da Inglaterra desde 1100 a.C. . Ele também utilizou fontes da história oral bretã e gaulesa e os escritos de Gildas para caracterizar e contar algumas façanhas de Artur. No livro, ele é um rei cristão britânico, que no começo do século VI derrotou os invasores saxões e estabeleceu um império na Grã- Bretanha, Irlanda, Islândia, Noruega e Gália. Muitos personagens que integram as narrativas contemporâneas estão presentes em “História dos Reis Britânicos”: Uther Pendragon, Merlin, Guinevere, Morded, a espada Excalibur e a ilha de Avalon. Ou seja, o básico da história que conhecemos. O livro foi considerado, por 600 anos, versão oficial da história britânica.
Artur apareceu novamente na França, quando Chrètien de Troyes escreveu cinco livros sobre o rei e sua corte, inserindo Percival e Lancelot, a távola redonda, o Graal e o castelo de Camelot. Os cavaleiros ganharam mais destaque, deixando para Artur apenas a liderança de rei. Ainda na França, Artur passa por um processo de cristianização. Seu escudo ganha a imagem da Virgem Maria e o graal, um objeto sagrado da cultura celta, é transformado no cálice usado por Jesus Cristo na última ceia. Na Inglaterra, Artur ganha a perspectiva de um líder, fundador e herói. A traição de Guinevere com Lancelot é incluída no enredo.
É em 1470 que Le Morte d`Artur (A Morte do Rei Artur), de Thomas Malory, é publicado. O romance narra a história de Artur da forma que conhecemos hoje.
São diversas as obras que falam de Artur no século XX. No cinema, são diversos filmes, de dramas a comédias. Na televisão, seriados como “Merlin” e “Camelot”, representam o rei e seus outros personagens. Na literatura, encontramos: As crônicas do Rei Arthur (de Bernard Cornwell), As brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley), As crônicas de Merlin (Mary Stewart), A espada na pedra ( T. H. White), A vinda do Rei: O primeiro livro de Merlin ( Nicolai Tolstoi), Albion (Patrick McCormack), O ciclo Pendragon ( Stephen R. Lawhead), Rei Arthur e seus cavaleiros da távola redonda (Roger Lancelyn Green), Rei Arthur (Frank Thompson), Crônicas Camulod ( Jack Whyte) e Avalon Hight (Meg Cabot).
Revisão: Juliana Skalski
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